Quer aprender a viver no
presente?
Então tenha filhos.
Observar um bebê e a sua relação
com o tempo é simplesmente divino, afirma a escritora e professora de yoga,
Isabela Fortes.
Nessa observação da vida
infantil, através da lupa da sensibilidade, ela afirma que, para o bebê, o
passado e o futuro não existem apenas o agora.
Em variações de pequenos
segundos, ele tenta nos comunicar o que precisa no momento em que precisa:
fome, sono, dor, fraldas - tudo só existe no agora.
Também as crianças maiores, na
primeira infância, levam algum tempo para conseguir entender o tal do tempo.
Ontem, amanhã, daqui a dois dias
ou dois anos, para elas é tudo igual e incompreensível.
Essa questão nos leva a
experiências curiosas, como por exemplo, a do casal que adotou uma forma
peculiar de conseguir explicar o tempo para sua filha de 5 anos.
Quando queriam dizer que faltavam
2 dias para ela viajar, ou para começar as aulas, afirmavam: Você terá que
dormir e acordar, e depois dormir e acordar novamente, aí chega o dia.
* * *
Dessa característica especial dos
pequenos, podemos aprender que o foco, no tempo presente, é fundamental para
ter uma vida equilibrada.
Gastamos energias em demasia
quando presos excessivamente ao passado, às lembranças.
Da mesma forma que nos
desgastamos muito com a tal da preocupação, isto é, uma ocupação prévia com
algo que ainda não aconteceu, e pode nem vir a acontecer.
Foi assim que conhecemos a temida
e tão analisada ansiedade que, nos dias de hoje, nos traz problemas e mais
problemas existenciais.
Quando nos focamos no presente,
vivendo um dia de cada vez, como se diz popularmente, aproveitamos o tempo com
muito mais eficiência e menos desgaste.
Fazemos cada tarefa pensando
nesta tarefa, e não naquilo que deixamos de fazer ou naquilo que faremos amanhã
ou depois.
Quando estamos com alguém que
amamos, com a família, por exemplo, estejamos lá por inteiro, e não metade ali,
aproveitando, e outra metade voando com o pensamento para longe.
Alguns de nós chegamos a fazer
uma espécie de autoterrorismo, cultivando pensamentos como: Pena que esses
momentos não duram! Como viverei quando tudo isso acabar?
São sofrimentos voluntários,
desnecessários, que impomos aos nossos dias, por não nos darmos chance de viver
o presente, e dele extrair tudo de bom que está nos ofertando.
Viver o presente não significa,
porém, viver sem planos, sem objetivos. Nem desconsiderar o passado, sem tê-lo
como referencial importante - de forma alguma!
Viver o presente é dar o devido
peso a cada um desses tempos, aprendendo com o passado, vislumbrando o futuro,
mas trabalhando no presente, e apenas no presente.
É fundamental lembrar-se do ensino
do Cristo, quando, ao perceber as inquietações de nossa alma, quanto aos dias
vindouros, afirmou:
Não vos inquieteis, pois, pelo
dia de amanhã, pois o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu
mal.
Redação do Momento Espírita com
base em trecho do artigo Filhos, o melhor é tê-los, de Isabela Fortes, para a
Revista Prana Yoga Jornal, junho 2008 e no cap. 6, versículo 34 do Evangelho de
Mateus.
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