sábado, 25 de fevereiro de 2012

Parabéns para NÓS!!!!!


Hoje comemoramos um dia muito especial.

Daqueles que quando dá certo nunca se esquece...
Nunca se apaga da memória...
Aniversário de nosso casamento...
Estamos casados há 34 anos.

Enfrentamos muitas dificuldades
Muitas lutas vencemos juntos; Isso é uma demonstração de amor, carinho, perseverança...
Foi preciso ter muita coragem, muita renúncia para vencer tudo...
E neste dia bonito e não tão alegre por conta dos acontecimentos (a mamãe está adoentada), quero desejar tudo de mais lindo em nossas vidas. Que Deus derrame muitas bênçãos sobre nós e nos dê tranquilidade e paciência para continuarmos.
E que nosso casamento dure para sempre...
Parabéns para nós meu amor pela amizade, pela compreensão, pelo filhos que recebemos pra cuidar e por compartilharmos todos os momentos sejam eles bons ou ruins.
Obrigada Deus pelos filhos que nos deste para educar e tomar conta até que eles pudessem seguir sozinhos. Que eles possam escolher o que for melhor para eles.




                           Amo muito vocês!!
 

Comente aqui...

Caros amigos seguidores e leitores estou há alguns dias sem atualizar o Blog por um motivo de saúde, não comigo, mas com minha mãe. Ela esteve alguns dias internada, mas agora estou cuidado dela em casa mesmo.  Espero que dê tudo certo e que ela se recupere logo.
Revendo meus e-mails encontrei uma indicação de um link que achei interessante e por isso resolvi compartilhar com vocês, afinal hoje a tecnologia e as mídias sociais fazem parte de nossas vidas, em especial dos nossos alunos adolescentes.
 

Os 10 Grandes Impactos das Mídias Sociais na Educação

As redes sociais chegaram para ficar. O Facebook conta com mais de 800 milhões de usuários ao redor do mundo, enquanto o Twitter atrai mais de 200 milhões de pessoas. Não podemos esquecer também das outras redes, como Youtube, Orkut, My Space e até mesmo blogs.


Não há dúvidas quanto ao envolvimento dos alunos com todas essas ferramentas online, porém, quais os efeitos disso? Abaixo separamos um breve comparativo entre os pontos positivos e os negativos dessa relação dos jovens com as mídias sociais.


Essa é uma boa visão para que pais e educadores saibam como conter e evitar os possíveis efeitos negativos e reflitam sobre maneiras de explorar os impactos positivos.


Confira!
 

Possíveis Pontos Negativos


1. Muitos estudantes não sabem lidar com a grande oferta de informações que a internet oferece. Alguns tomam tudo o que lêem na web como verdade absoluta e isso interfere no processo de aprendizagem e no desenvolvimento de olhar crítico perante o que lhes é apresentado.


2. O jovem de hoje é multifuncional, faz tudo ao mesmo tempo, porém, isso pode ter consequências negativas se não for bem administrado. O acesso às redes sociais durante os momentos de estudo, por exemplo, pode causar distração e interferir no desempenho acadêmico.


3. O excesso pode ser arriscado. Ao gastarem horas e horas nas redes sociais, os jovens deixam de interagir cara-a-cara e isso pode prejudicá-los seriamente. Com menos interações “reais”, eles podem ter a capacidade de comunicação comprometida (a internet não exige entonações, linguagem corporal, etc.). O mundo “off-line” jamais pode ser substituído pelo online.


4. A popularidade das redes sociais e a velocidade que é característica ao mundo online criaram novas maneiras de escrever e falar, enfim, transformaram a língua portuguesa, dando a ela, novos aspectos e sentidos. Isso pode interferir na qualidade de redação desses jovens. A linguagem da internet ainda não foi naturalizada como padrão em nossa sociedade, ela ainda se limita ao meio online. Trabalhos escolares, por exemplo, ainda exigem a linguagem formal. Contudo, palavras como “vc”, “eh”, “baum” acabam aparecendo em trabalhos acadêmicos e os jovens, por muitas vezes desconhecerem a escrita formal, acabam dependendo de corretores automáticos.



5. Muitos estudantes não pensam antes de postar algum conteúdo na internet. É preciso lembrar, porém, que tudo o que escrevemos na web pode ser visto e logicamente, julgado. Posts com conteúdos comprometedores podem trazer complicações ao aluno ao longo de sua caminhada acadêmica e profissional. Algumas escolas, por exemplo, procuram informações prévias sobre futuros alunos e dependendo do que encontram, o estudante pode ser prejudicado. A internet é um livro aberto, por isso, orientar o jovem nesse aspecto é essencial.


Possíveis Pontos Positivos


1. As mídias sociais aumentaram a interatividade e a possibilidade dos alunos se expressarem e colaborarem com a produção de informação. A dinâmica rápida (quase instantânea) do mundo online, deu ao jovem a capacidade de desenvolver pensamento rápido, qualidade que é extremamente apreciada na realidade em que vivemos.


2. As redes sociais ensinam os jovens importantes situações do mundo real. Por exemplo, a noção de “rede de contatos” é exercitada por meio de comunidades como Facebook e isso pode ajudar o jovem ao longo de sua vida. Ser capaz de criar redes de contato sólidas é extremamente importante para o desenvolvimento tanto pessoal, como profissional e acadêmico.


3. Pelo enorme contato que possui com as novas tecnologias, o jovem de hoje as domina completamente. Esse domínio é extremamente útil, já que hoje, o andamento do mundo depende dessas novas tecnologias. Ter essa habilidade é estar pronto para as exigências que virão pela frente.


4. Desenhar um perfil online hoje em dia é fácil. Construir e desconstruir tornou-se parte da vida desses jovens. Eles fazem perfis, definem quem são, apagam perfis, somem e aparecem quando bem entendem. Essa dinâmica proporciona a flexibilidade. Com esse movimento constante, eles controlam o que querem ser e quando querem ser. Isso pode ser relevante para situações do dia-a-dia e ao longo da vida, em que, muitas vezes, devemos assumir determinados comportamentos, dar nossa opinião, nos calarmos, enfim, sermos flexíveis e nos adaptarmos aos diferentes cenários que nos são impostos.


5. A internet abre um mundo favorável à criatividade. Ter seu próprio blog ou seu site de fotos, por exemplo, dá abertura para que o jovem se expresse e mostre seu talento. Ao compartilhar com os outros, ele tem um feedback instantâneo sobre a sua produção, o que pode motivá-lo e até mesmo ajudá-lo a construir e seguir sonhos e objetivos.


(O texto que você leu é uma adaptação da matéria “The 10 Best and Worst Ways Social Media Impacts Education“)

Comente aqui...

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Cartilha TDHA para Educadores


As aulas estão iniciando e é preciso que o Professor e Coordenador tenham diretrizes seguras para melhor elaborar o Planejamento do ano letivo no que se refere a: Disciplina, Aprendizado dos alunos, Gerenciamento da Sala de Aula, Mediação de Conflitos e um sem número de outros assuntos.


Introdução

Atualmente, muito se tem falado a respeito do uso de diagnósticos psiquiátricos para justificar problemas de aprendizado, de comportamento, ou até mesmo dificuldade dos pais em educar seus filhos. O diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um bom exemplo. Muito presente na mídia, esse quadro reúne tanto admiradores como ferrenhos opositores. 

Outro tópico bastante polêmico é o uso de medicações em crianças e adolescentes. Tem sido questionado se os efeitos colaterais das medicações não seriam mais prejudiciais que os próprios sintomas; se existe ou não o risco dos pacientes ficarem “dependentes”; ou se as medicações poderiam causar mudanças ou danos permanentes ao cérebro. 

Em relação ao TDAH, diz-se até que a medicação mais comumente usada no seu tratamento, o metilfenidato, faria com que essas crianças ficassem “boazinhas”, “obedientes”, pois na verdade “retiram a espontaneidade ou a criatividade das crianças”.

Todas essas informações na mídia tornaram os sintomas de TDAH mais conhecidos entre a população em geral e impulsionaram o surgimento de associações de pacientes, tais como a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA).

Apesar dos muitos ganhos trazidos por essas iniciativas, ainda existem muitas dúvidas e mitos sobre o TDAH. O desconhecimento ainda persiste entre médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, pedagogos, familiares e os próprios portadores do TDAH.

Entre os educadores, esse desconhecimento aumenta as sensações de impotência e frustração, pois o TDAH afeta não apenas o comportamento, mas também o processo de aprendizado de seus portadores. Grande parte da literatura aborda apenas os aspectos comportamentais do TDAH. Sabemos que os comportamentos hiperativos, disruptivos e impulsivos interferem não apenas no dia-a-dia de professor e do aluno, mas em toda a escola. 

Talvez por isso esses comportamentos acabem recebendo mais atenção dos profissionais. Entretanto, gostaríamos de ressaltar que alterações no funcionamento cognitivo, com consequências principalmente nas funções executivas (descritas em detalhes na página 18), na linguagem (receptiva e expressiva), e nas habilidades motoras fazem parte do quadro e devem ser estudadas. Esses comprometimentos afetam a capacidade de aprendizagem e o desempenho escolar.

Ou seja, lidar com os sintomas de TDAH e suas consequências não é um problema apenas dos portadores e/ou familiares. Os professores têm importante papel e real responsabilidade na melhora do processo de aprendizado. Portanto, mesmo que quisessem, não poderiam ser excluídos do tratamento do TDAH.

Este livreto tem como objetivo principal fornecer informações importantes sobre TDAH que possam auxiliar aos professores e demais profissionais envolvidos na arte de educar para que consiga identificar os sintomas e as características do TDAH, desenvolver estratégias eficazes de ensino e manejo comportamental para seus portadores e contribuir para a melhora da qualidade de suas vidas.

Existe mesmo TDAH?

Você já deve ter se deparado com crianças que não conseguem parar quietas, estão o tempo todo “aprontando”, “a mil”, como se estivessem “ligadas na tomada”. Muitas vezes essas crianças parecem não ouvir quando chamadas, e quando “ouvem” parecem ter muita dificuldade em se organizar para fazer o que lhes é pedido. 

Frequentemente têm dificuldade em aguardar sua vez nas atividades, interrompem os outros, mudam de assunto de forma recorrente e agem impulsivamente, chegando a apresentar comportamentos agressivos. Na escola essas crianças apresentam, frequentemente, dificuldades no aprendizado, assim como no relacionamento com seus colegas, levando tanto a repetências quanto à evasão escolar, a expulsões e a sentimentos de menos valia e baixa autoestima 

Em geral, a primeira reação é pensar que são crianças mal educadas, com pais ausentes e com dificuldade para “impor limites”. É possível que essa primeira impressão esteja correta. Entretanto, também é possível que elas apresentem algum problema médico, entre eles o TDAH.

OTDAH é um transtorno neuropsiquiátrico frequente, que acomete crianças, adolescentes e adultos, independente de país de origem, nível socioeconômico, raça ou religião. 

Atualmente não existem, nomeio científico, dúvidas sobre a gravidade e a amplitude das consequências do TDAH na vida dos portadores e de seus familiares. Para evitá-las, é preciso reunir esforços em diversas áreas para reduzir o tempo entre o início dos sintomas e a realização do diagnóstico correto, garantindo que todos os pacientes tenham acesso a um tratamento adequado para os sintomas de TDAH e possíveis comprometimentos associados. 

Apesar dessas certezas no meio acadêmico e científico, alguns setores da sociedade e profissionais das áreas de educação e saúde ainda questionam a existência do TDAH.

Como saber se um diagnóstico não é “invenção” dos médicos ou apenas conseqüência da correria da vida moderna ou da quantidade de estímulos oferecidos às pessoas em um mundo globalizado? 

Uma forma de tentar responder a essa pergunta é saber qual a frequência do problema em vários países, com culturas diferentes. Para isso, é preciso realizar estudos na população geral, chamados de epidemiológicos. Outra maneira é pesquisar os primeiros relatos desse diagnóstico e qual a sua evolução ao longo do tempo. 

OTDAH ao longo do tempo

As primeiras descrições de crianças que apresentavam quadros semelhantes ao que se descreve atualmente como TDAH surgiram na literatura infantil alemã em meados do século XIX. Traduzidos para o português, e publicados no Brasil na década de 1950, com os nomes de “João Felpudo” e “Juca e Chico”, os livros descreviam crianças muito “danadas”, e com grande dificuldade para seguir as regras propostas pelos pais.  Em 1917, um médico chamado Von Economo fez a primeira descrição clínica dessa patologia. Segundo ele:

“Temos nos deparado com uma série de casos nas instituições psiquiátricas que não fecham com nenhum diagnóstico conhecido. Apesar disso, eles apresentam similaridades quanto ao tipo de início do quadro e sintomatologia que nos força a agrupá-los em uma nova categoria diagnóstica... Estas crianças parecem ter perdido a inibição, tornam-se inoportunas, impertinentes e desrespeitosas. São cheias de espertezas, muito falantes...”

Ao longo do tempo, o TDAH recebeu várias denominações, como por exemplo, lesão cerebral mínima, síndrome hipercinética e disfunção cerebral mínima. Os critérios utilizados para o diagnóstico de TDAH também têm variado bastante. 

Essas diferenças nos nomes e nos critérios diagnósticos podem confundir as pessoas. Por outro lado, na maioria das vezes os nomes mudaram para acompanhar os resultados das pesquisas e dessa forma refletir o maior conhecimento sobre o TDAH. Por exemplo, o termo “lesão cerebral mínima” foi utilizado no período em que se acreditava que seus portadores teriam uma lesão no cérebro, o que apesar de causar problemas graves no comportamento do paciente, era “mínima” o suficiente para não ser detectada em exames radiológicos e menos grave que problemas neurológicos tais como tumores cerebrais.

Atualmente, sabe-se que o TDAH não é consequência de nenhuma lesão no cérebro.

Epidemiologia do TDAH

Estudos epidemiológicos realizados em diversos países, com características culturais muito diversas, revelaram que o TDAH existe em todas as culturas.

Esses estudos comprovam que o TDAH NÃO é secundário a fatores ambientais como estilo de educação dos pais (a famosa “falta de limites”) ou consequência de conflitos psicológicos.

Estudos epidemiológicos investigam quantos indivíduos têm um diagnóstico específico, em um determinado período de tempo. Esse número total é chamado de “taxa de prevalência”, ou apenas “prevalência”. Essa taxa permite compreender o quanto é comum, ou raro, um determinado diagnóstico numa população.

Em relação ao TDAH, estudos americanos apontaram prevalências entre 2,5% a 8,0% (Rowland e cols., 2001). Em 1999, um estudo brasileiro, usando uma amostra de escolares de 12 a 14 anos, encontrou taxa de prevalência de 5,8% nesses estudantes (Rohde e cols., 1999).

Em 2007, foi publicado um dos estudos considerados como mais importantes sobre a prevalência de TDAH. Esse estudo avaliou os resultados de mais de 8 mil estudos em todo o mundo e conseguiu demonstrar que a estimativa mais correta para a prevalência de TDAH seria de 5% da população infantil mundial (Polanczyck e cols., 2007).Para explicar melhor a relevância desses achados, imagine uma classe de 40 alunos.

Considerando uma taxa de 5%, a estimativa é que ao menos duas crianças da classe sejam portadoras de TDAH!

Quando avaliamos as frequências nas clínicas ou ambulatórios para atendimento de saúde mental, encontra-se que o TDAH é o transtorno mais comumente encaminhado para serviços especializados em psiquiatria da infância e da adolescência.

Apesar de ser mais frequente na infância, existem evidências crescentes de que o TDAH afeta pessoas de todas as idades, e que cerca de 60 a 80 % das crianças com TDAH mantêm os sintomas na adolescência e na vida adulta.

Também existem evidências científicas de que quando diagnosticado é importante dar início ao tratamento, tendo em vista que a persistência dos sintomas pode causar graves comprometimentos do aprendizado, da autoestima e dos relacionamentos social e familiar.

Como diagnosticar o TDAH?*

O diagnóstico de TDAH é clínico. Não existe, até o momento, NENHUM exame ou teste que possa sozinho dar seu diagnóstico, nem mesmo os mais modernos tais como ressonância magnética funcional, PET, SPECT, eletroencefalograma digital ou dosagem de substâncias no sangue ou em fios de cabelo.

Para se elaborar um diagnóstico correto dessa condição são necessárias várias avaliações, muitas vezes com abordagem multidisciplinar. A avaliação clínica com médico deve coletar informações não apenas da observação da criança durante a consulta, mas também realizar entrevista com os pais e/ou cuidadores dessa criança, solicitar informações da escola que acriança frequenta sobre seu comportamento, sociabilidade e aprendizado, além da utilização de escalas de avaliação da presença e gravidade dos sintomas.

Após reunir todas essas informações, o médico deve avaliar se o paciente preenche os critérios diagnósticos para o TDAH. Esses critérios diagnósticos estão descritos nos manuais de classificação (MC). Correspondem a uma lista de sintomas e sinais, elaborados por um grupo de  pesquisadores especialistas no assunto, e utilizados para homogeneizar a forma de se avaliar se um indivíduo tem ou não uma determinada doença.

Manuais de Classificação

O objetivo principal dos MC é melhorar a comunicação entre os pesquisadores e os clínicos. Mais especificamente, para pesquisadores, os MC permitem que eles compartilhem descobertas; aumentem a confiabilidade e validação dos resultados de pesquisas; e assim encorajem o aumento gradual do conhecimento. Para os clínicos, os MC ajudam na escolha do tratamento mais adequado e possibilitam a avaliação dos benefícios das intervenções terapêuticas. Sendo assim, os MC devem apresentar definições descritivas, com ênfase nos comportamentos apresentados pelos pacientes e nos achados clínicos mais frequentes, independente de sabermos ou não quais os fatores etiológicos envolvidos nos diversos diagnósticos.

Atualmente, os MC mais utilizados são o Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana, que já está na sua quarta versão, o DSM-IV e o Código Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde, décima versão, o CID-10.

Apesar das enormes vantagens que o DSM-IV e a CID-10 proporcionaram, é preciso estar atento para que eles não sejam utilizados de forma equivocada. Ou seja, os manuais NUNCA podem ser usados para estigmatizar as pessoas. Da mesma forma, é importante lembrar que o diagnóstico é o início do tratamento, não o seu fim. Levantamos essa questão porque muitos professores perguntam se ao dizer o diagnóstico para alguém ou discutir sobre o mesmo com a família não existe o risco de “rotular” o paciente.

É interessante pensar que essa pergunta só é feita para diagnósticos psiquiátricos. Para qualquer outra especialidade, Para qualquer outra especialidade, quando vamos ao médico queremos sempre saber o que temos. Por exemplo, caso uma criança esteja com febre e tosse, os pais com certeza vão querer saber se seu filho (a) tem bronquite, pneumonia, ou apenas um resfriado, antes de medicá-lo (a) com uma aspirina ou antibiótico.

Da mesma forma, em psiquiatria, também é extremamente importante identificar e discutir com o paciente e seus familiares às hipóteses diagnósticas antes de iniciar o tratamento. Se nós, profissionais (tanto da área de saúde quanto de educação), não nos sentirmos à vontade para discutir um diagnóstico específico, como vamos exigir que uma criança com TDAH tenha os mesmos direitos de outra com qualquer problema clínico tais como pneumonia ou diabetes? A seguir, apresentamos os critérios para o diagnóstico de TDAH, de acordo com o DSM-IV.

Lista de Sintomas do TDAH de acordo com o DSM-IV:

A. Ou a presença de seis (ou mais) sintomas de desatenção persistiram pelo período mínimo de seis meses, em grau mal adaptativo e inconsistente com o nível de desenvolvimento OU a presença de seis (ou mais) dos seguintes sintomas de hiperatividade/impulsividade, por no mínimo seis meses, em um grau mal adaptativo e inconsistente com o desenvolvimento.

B. Alguns dos sintomas de desatenção ou hiperatividade/impulsividade já estavam presentes antes dos 7 anos de idade.

C. Algum comprometimento causado pelos sintomas está presente em 2 ou mais contextos [p. ex. na escola (ou trabalho) e em casa].

D. Deve haver claras evidências de comprometimento clinicamente importante no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.

E. Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de um transtorno global do desenvolvimento, esquizofrenia ou outro transtorno psicótico, nem são mais bem explicados por outro transtorno mental (por exemplo, transtorno do humor, transtorno de ansiedade, transtorno dissociativo ou transtorno de personalidade.

A seguir, na Tabela 1 descrevemos os sintomas descritos no critério “A”, e exemplos de como esses sintomas podem se apresentar na sala de aula.

Tabela 1 – Sintomas de TDAH e exemplos de sua apresentação na sala de aula 

Sintomas de Desatenção

•Não presta atenção a detalhes e/ou comete erros por omissão ou descuido;
•Tem dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas;

Exemplos de situações. Na escola, o aluno:

•faz atividade na página diferente da solicitada pelo professor;
•ao fazer cálculos, não percebe o sinal indicativo das operações;
•pula questões;
•durante o intervalo não consegue jogar dama ou xadrez com os colegas;
•Parece não ouvir quando lhe dirigem apalavra (cabeça “no mundo da lua”);
•Tem dificuldades em seguir instruções e/ou terminar tarefas;
•Dificuldade para organizar tarefas e atividades;
•Demonstra ojeriza ou reluta em envolver-se tarefas que exijam esforço mental continuado;
•Perde coisas necessárias para as tarefas e atividades;
•Distrai-se facilmente por estímulos que não tem nada a ver com o que está fazendo;
•Apresenta esquecimento em atividades diárias;
•está mais preocupado com a hora do recreio e situações de lazer;
•desenha no caderno e não percebe que estão falando com ele;
•não percebe que a consigna indica um determinado comando e executa de
outra forma;
•em perguntas sequenciadas em geral respondem apenas a uma;
•guarda os materiais fotocopiados em pastas trocadas
•na véspera da prova resolve fazer uma pesquisa de outra matéria;
•inicia uma resposta, palavra ou frase deixando-a incompleta;
•desiste da leitura de um texto ou tarefa só pelo seu tamanho;
•leva gravuras para uma pesquisa em sala e deixa no transporte escolar;
•perde frequentemente o material;
•procura saber quem é o aniversariante da sala ao lado quando escuta o “parabéns”;
•envolve-se nas conversas paralelas dos colegas;
•esquece a mochila na escola com todo o seu material;
•não traz as tarefas e trabalhos a serem entregues no dia;

Continue lendo ou imprima a cartilha aqui


Comente aqui...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Ajude os seus filhos a se adaptarem na escola





Ir para a escola é um acontecimento diferente, interessante e agradável para muitas crianças. Entretanto, o início das aulas para algumas delas pode causar profunda ansiedade, medo e, às vezes até pânico e recusa de ir à escola.

Ao ingressar ou voltar para a escola às crianças afastam-se do ambiente familiar conhecido, que lhes é seguro e se inserem em um ambiente novo, totalmente desconhecido.

Nesse momento, normalmente a insegurança se instala, pois aparece o medo paralisante de ser abandonada na escola, dos pais não voltarem para buscá-la.

Para resolver essa questão, em muita escola existe um programa de adaptação que auxilia a criança a se adaptar e enfrentar esse momento tão crítico.

Nesse programa, alguém da família fica com a criança na escola por certo tempo, até que ela se sinta confortável e mais segura.

Os pais devem estar atentos ainda para os sintomas de estresse na criança frente a uma mudança de escola ou uma mudança para um novo bairro.

No processo de adaptação a criança pode apresentar uma queixa de dor de cabeça, dores de garganta ou dor de estômago, em alguns casos até febre, pouco antes de ir para a escola, uma forma de protesto, de recusa. Nesse caso, conseguem temporariamente ter seus desejos atendidos, ou seja, ficam em casa até recuperarem a sua saúde.

As crianças durante o processo de adaptação podem apresentar um comportamento inadequado, com os seguintes sintomas:

·        Sentem-se inseguras, choram muito e fazem birras,
·        Exibem comportamento apegado,
·        Exibem excessiva preocupação e receio sobre os pais,
·        Têm dificuldade para dormir e comer,
·        Costumam ter pesadelos,
·     As emoções e os sentimentos vão aos extremos, algumas vomitam, outras tem até diarreias.
·       Ficam com medo do escuro.

Esses sintomas e comportamentos são comuns entre as crianças que apresentam ansiedade no processo de separação. Elas precisam de cuidados e atenção para que não desenvolvam graves problemas educacionais ou sociais. Seus medos e ansiedade devem ser percebidos e tratados.

Algumas ações que facilitam o processo de adaptação:

· Deixe a criança levar algum objeto de casa, algum brinquedo que goste. É uma maneira de a criança manter o vínculo com sua casa e seus pertences.
· Não pergunte à criança se ela quer ir à escola, ela não é capaz de decidir sozinha.
· Evite colocá-la na escola pela primeira vez num momento de transformações, morte, nascimento de um irmão etc...
· O período de adaptação varia muito. As crianças mais tímidas e as com menos de três anos, podem precisar de mais tempo do que outras.
. Não se desespere. Faça parte do programa de adaptação, tenha paciência.

Mesmo após uma familiarização da criança na escola, podem ocorrer retrocessos. Algumas vezes surgem comportamentos regressivos, como chupar o dedo, roer as unhas, puxar o cabelo ou fazer xixi na cama. Agressividade, choros frequentes e tristeza também podem ser notados em alguns casos.

Os pais devem permanecer calmos, confiantes e devem buscar constantemente informações com as educadoras, para compreenderem como a criança está se adaptando na escola, quando do seu afastamento depois do término do programa.

Isso tudo é normal, em questão de semanas as crianças estão completamente adaptadas e muitas delas ficam muito, mas muito felizes na escola.

A questão da adaptação não afeta apenas os pequenos, muitas crianças e os adolescentes sofrem esse problema no inicio de cada ano, pois precisam se adaptar às inúmeras mudanças escolares.
De ano para ano, muitas vezes há mudanças de escola, de professores, de turma, de salas de aula, de classe, sem falar nas mudanças dos métodos e muitas vezes das regras e procedimentos, as constantes expectativas de desempenho, as dificuldades de aprendizado, etc.

De certa forma, a cada começo de ano letivo as crianças e os adolescentes passam por um duro processo de adaptação, envolvendo inclusive os seus pais.

Inúmeros estudos revelam que as relações interpessoais influenciam na motivação das crianças no processo de aprendizagem. Assim, uma adaptação saudável, o envolvimento, ou a qualidade das relações da criança ou adolescente na nova turma, ou na nova escola com colegas e professores, é um motivador poderoso para o seu sucesso escolar.

Os problemas de adaptação que geram a solidão em muitas crianças, bem como, a insatisfação social influenciam negativamente à sua plena realização escolar.

Dessa forma, os pais precisam estar atentos ao desempenho social dos seus filhos nesse início de ano, precisam apoiá-los nas relações recíprocas.

As crianças e adolescentes que conquistam um ou mais amigos na sala de aula, se sentem apoiadas para lidar com vários problemas do cotidiano escolar e não são solitárias.

Os amigos costumam motivar e afetar a adaptação escolar de uma forma muito construtiva.

As crianças sentem profunda necessidade de aprovação, de identificação. Nesse sentido, quando as crianças e adolescentes sentem que de certa forma não são aprovados pelos seus pais (muitas acreditam nisso, mesmo não sendo verdade) compensam com os amigos, e por isso, fazem de tudo para agradá-los e participam de ações que os amigos aprovam.

Assim, muitas vezes chega um período em que se afastam de seus pais (que não os aprovam) e se dedicam quase que exclusivamente aos amigos (que os aprovam).

Nesse processo, se sentem autovalorizados, aprovados, suficientes, queridos e acolhidos. 

As amizades podem afetar o sucesso dos alunos na transição do ensino fundamental para o ensino médio. As crianças e adolescentes que rapidamente se enturmam, que são acolhidos costumam ter maior autoestima, menos problemas emocionais, e desenvolvem atitudes capazes de lhes fazerem alcançar um nível mais elevado na escola, em comparação com as crianças e adolescentes que têm dificuldades de se adaptarem e que se isolam.

Você que é pai, mãe ou responsável e está lendo esse artigo, fique atento ao processo de adaptação do seu filho!
Se perceber que ele está com problemas de adaptação e com dificuldades para ser aceito na “nova escola”, “na nova turma” procure a ajuda da orientadora escolar para que ela possa ajudá-lo a se enturmar para que possa se sentir aprovado, acolhido e assim, ter todas as condições emocionais e psicológicas para desenvolver plenamente seu intelecto e ter sucesso escolar!

(Texto extraído da obra: Educar, uma lição de amor - Como criar filhos em um mundo sem valores, Editora Gente, 2011).

Comente aqui...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Como fazer Avaliação Diagnóstica



By Roseli Brito

Início do ano, turma nova, Escola nova, enfim, como começar o trabalho com os alunos?

Nem pense em iniciar o trabalho pedagógico partindo da premissa do que você ACHA que os alunos já sabem. É preciso investigar, avaliar, levantar o que de fato a turma já sabe e o que ainda ela não sabe.

O instrumento para fazer isso é realizar a Avaliação Diagnóstica, que tem o objetivo de verificar a presença e a ausência dos pré-requisitos de aprendizagem adquiridos, ou não, na série anterior.

Não há um modelo de Avaliação Diagnóstica, cada Professor, conforme sua disciplina e os pré-requisitos que precisam ser trazidos da série anterior, é quem elabora atividades que levantem o que o aluno sabe e o que ele ainda não aprendeu.

1) Quando e porquê realizar a Avaliação diagnóstica:

.    Realizada no início do curso, período letivo ou unidade de ensino

.    Tem a intenção de constatar se os alunos apresentam ou não domínio dos pré-requisitos necessários (conhecimentos e habilidades) para novas aprendizagens, caracterização de eventuais problemas de aprendizagem e suas possíveis causas (cognitivo).

.    Função: diagnosticar

. Serve para identificar alunos apáticos, distraídos, desmotivados (comportamentos)

De posse dos resultados da avaliação diagnóstica será possível o Professor ajudar os alunos das seguintes formas:

.    Estimular o relacionamento entre os alunos, através de jogos e atividades dinâmicas

.    Criar intervenções pedagógicas específicas que auxiliem o aluno a superar dificuldades

.    Criar Rotinas que reforcem o comportamento positivo dos alunos

.    Realizar mudanças no ambiente da sala de aula que favoreça o aprendizado

.   Adotar novas práticas de ensino que estimulem a participação da turma

2) O QUE AVALIAR: Levantar Pré-Requisitos da série anterior

Muitos Professores sempre mandam e-mail pedindo modelos prontos de avaliação diagnóstica. Creio que isso se deve ao fato de que, para o Professor, não há a clareza do que ele deve levantar neste tipo de avaliação.

Quando você conhece o que deve diagnosticar, basta você criar atividades pertinentes a sua disciplina, e isso é algo que você já está acostumado a fazer quando elaboram as tarefas, as provas, as dinâmicas, os textos, os vídeos, enfim, quando você elabora a sua aula.

Você precisa ter claro que deve verificar os objetivos e metas a serem atingidos na série atual, e levantar quais são os pré-requisitos que o aluno já deve ter adquirido na série anterior.

Por motivos óbvios, não é possível fazer neste artigo, um detalhamento de todos os pré-requisitos para todas as disciplinas e séries, porém a título de ilustração, tomarei como exemplo um aluno que ingressa no 6º. Ano, e que o Professor de Matemática precisa levantar se este aluno traz os pré-requisitos necessários para cursar o 6º. Ano e atingir os objetivos estabelecidos para esta série.

- Situação:  O  Aluno está matriculado no 6º. Ano (verificar quais são os objetivos desta série no que se refere  à   Matemática).

- Levantar quais são os pré-requisitos que esse aluno deve ter, em Matemática, ao chegar no 6º. Ano

- Exemplos de pré-requisitos que o aluno já deve trazer do 5º. Ano em Matemática:

. Operações Fundamentais

- adição, subtração, multiplicação e divisão
- algoritmos das operações fundamentais
- utilização das operações fundamentais como ferramenta para a resolução de problematizações
- cálculo mental

. Frações

- conceito e representações
- leitura e escrita
- comparação de frações
- frações discretas e contínuas
- cálculo de fração de quantidade
- frações equivalentes
- simplificação
- operações com frações
- resolução de problemas envolvendo frações

. Porcentagem e Gráficos:

- conceito de porcentagem a partir das frações decimais
- cálculo de porcentagem através de frações equivalentes
- resolução de problemas envolvendo cálculos de porcentagem
- desenvolvimento de procedimentos e estratégias para coleta de dados e informações em pesquisa de diversas naturezas
- construção de procedimentos de apresentação de dados coletados
- construção, leitura e interpretação de diferentes tipos de representações gráficas (barra, linha, setores)

. Geometria: Medidas, Formas e Construções Geométricas
- conceitos: ponto, linha, superfície, vértice, aresta, ângulo
- linguagem geométrica
- polígonos
- triângulos e quadrilátero
- propriedades dos triângulos
- conceitos: escalas e simetria
- construções geométricas com o auxílio do compasso e do transferidor
- ampliação e redução de figuras
- sólidos geométricos

3) Como Avaliar: Instrumentos de avaliação

Existem diversos recursos  e práticas de ensino disponíveis que podem ser utilizados no momento da avaliação diagnóstica. Idealmente, selecione mais de um dos instrumentos abaixo :

.      Pré-teste;
.      Auto avaliação;
.      Observação;
.      Relatório;
.      Prova;
.      Questionário;
.      Acompanhamento;
.     Discussão em grupo;
.     Estudos de caso (análise de estudos de casos com o objetivo de identificar como o aluno responde à avaliação);
.  Fichas de avaliação de problemas (trabalhar com modelos de fichas de avaliação), etc.

A utilização dos instrumentos deve ser adequada ao contexto em que o professor se encontra. Por exemplo, aulas com muitos alunos inviabilizam a avaliação por observação ou  acompanhamento, enquanto que disciplinas práticas possibilitam esses instrumentos de avaliação.

Não se surpreenda se, ao analisar os resultados levantados na Avaliação Diagnóstica você tenha de fazer ajustes no Planejamento. Afinal, quando o Planejamento é criado, o aluno ainda não foi avaliado, e, portanto, o Planejamento é elaborado com base em um aluno “ideal”, e portanto, é um Planejamento longe da realidade dos alunos, pois o Professor o elabora baseado em  suposições e não em dados reais.

O fato é que, quando as aulas começam a situação mostra-se outra: alunos  com defasagens de aprendizado, com dificuldades em determinados conteúdos, e sem os pré-requisitos necessários para cursar aquela série.

E antes que você reclame que realizar a Avaliação Diagnóstica é uma “perda” de tempo porque você tem que “dar conta” do Planejamento até o final do ano, já lhe aviso: o objetivo maior que você deve cumprir é  criar todas as condições para que todos os alunos adquiram as competências necessárias de aprendizado e não apenas para cumprir o Planejamento.

Por isso mãos à obra: comece o planejamento pela Avaliação Diagnóstica. Já diz o ditado “Se você falha em não planejar, você com certeza, já planeja falhar”.  



Comente aqui...
 
Créditos Template http://cantinhodoblogger.blogspot.com/ By Cris Duarte/março de 2010