quarta-feira, 30 de setembro de 2009

QUEBRANDO O SILÊNCIO-BLOGAGEM COLETIVA


Hoje é dia da BLOGAGEM COLETIVA da Campanha QUEBRANDO O SILÊNCIO.
O tema é todo tipo de violência e abuso contra crianças, mulheres, idosos...





O que é violência contra a mulher?


Na definição da Convenção de Belém do Pará (Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, adotada pela OEA em 1994), a violência contra a mulher é “qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada”.

“A violência contra as mulheres é uma manifestação de relações de poder historicamente desiguais entre homens e mulheres que conduziram à dominação e à discriminação contra as mulheres pelos homens e impedem o pleno avanço das mulheres...”

Declaração sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres, Resolução da Assembléia Geral das Nações Unidas, dezembro de 1993.

A Conferência das Nações Unidas sobre Direitos Humanos (Viena, 1993) reconheceu formalmente a violência contra as mulheres como uma violação aos direitos humanos.

Desde então, os governos dos países-membros da ONU e as organizações da sociedade civil têm trabalhado para a eliminação desse tipo de violência, que já é reconhecido também como um grave problema de saúde pública.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), “as conseqüências do abuso são profundas, indo além da saúde e da felicidade individual e afetando o bem-estar de comunidades inteiras.”


De onde vem a violência contra a mulher?

Ela acontece porque em nossa sociedade muita gente ainda acha que o melhor jeito de resolver um conflito é a violência e que os homens são mais fortes e superiores às mulheres.

É assim que, muitas vezes, os maridos, namorados, pais, irmãos, chefes e outros homens acham que têm o direito de impor suas vontades às mulheres.

Embora muitas vezes o álcool, drogas ilegais e ciúmes sejam apontados como fatores que desencadeiam a violência contra a mulher, na raiz de tudo está a maneira como a sociedade dá mais valor ao papel masculino, o que por sua vez se reflete na forma de educar os meninos e as meninas.


Enquanto os meninos são incentivados a valorizar a agressividade, a força física, a ação, a dominação e a satisfazer seus desejos, inclusive os sexuais, as meninas são valorizadas pela beleza, delicadeza, sedução, submissão, dependência, sentimentalismo, passividade e o cuidado com os outros.

Por que muitas mulheres sofrem caladas?


Estima-se que mais da metade das mulheres agredidas sofram caladas e não peçam ajuda. Para elas é difícil dar um basta naquela situação. Muitas sentem vergonha ou dependem emocionalmente ou financeiramente do agressor; outras acham que “foi só daquela vez” ou que, no fundo, são elas as culpadas pela violência; outras não falam nada por causa dos filhos, porque têm medo de apanhar ainda mais ou porque não querem prejudicar o agressor, que pode ser preso ou condenado socialmente. E ainda tem também aquela idéia do “ruim com ele, pior sem ele”.

Muitas se sentem sozinhas, com medo e vergonha. Quando pedem ajuda, em geral, é para outra mulher da família, como a mãe ou irmã, ou então alguma amiga próxima, vizinha ou colega de trabalho. Já o número de mulheres que recorrem à polícia é ainda menor. Isso acontece principalmente no caso de ameaça com arma de fogo, depois de espancamentos com fraturas ou cortes e ameaças aos filhos.

O que pode ser feito?

As mulheres que sofrem violência podem procurar qualquer delegacia, mas é preferível que elas vão às Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), também chamadas de Delegacias da Mulher (DDM).

Há também os serviços que funcionam em hospitais e universidades e que oferecem atendimento médico, assistência psicossocial e orientação jurídica.


A mulher que sofreu violência pode ainda procurar ajuda nas Defensorias Públicas e Juizados Especiais, nos Conselhos Estaduais dos Direitos das Mulheres e em organizações de mulheres.

Como funciona a denúncia

Se for registrar a ocorrência na delegacia, é importante contar tudo em detalhes e levar testemunhas, se houver, ou indicar o nome e endereço delas. Se a mulher achar que a sua vida ou a de seus familiares (filhos, pais etc.) está em risco, ela pode também procurar ajuda em serviços que mantêm casas-abrigo, que são moradias em local secreto onde a mulher e os filhos podem ficar afastados do agressor.

Dependendo do tipo de crime, a mulher pode precisar ou não de um advogado para entrar com uma ação na Justiça. Se ela não tiver dinheiro, o Estado pode nomear um advogado ou advogada para defendê-la.

Muitas vezes a mulher se arrepende e desiste de levar a ação adiante.
Em alguns casos, a mulher pode ainda pedir indenização pelos prejuízos sofridos. Para isso, ela deve procurar a Promotoria de Direitos Constitucionais e Reparação de Danos.

Violência contra idosos, crianças e mulheres negras - além das Delegacias da Mulher, a Delegacia de Proteção ao Idoso e o GRADI (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância) também podem atender as mulheres que sofreram violência, sejam elas idosas ou não-brancas, homossexuais ou de qualquer outro grupo que é considerado uma “minoria”. No caso da violência contra meninas, pode-se recorrer também às Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente.

Tipos de violência

Violência contra a mulher - é qualquer conduta - ação ou omissão - de discriminação, agressão ou coerção, ocasionada pelo simples fato de a vítima ser mulher e que cause dano, morte, constrangimento, limitação, sofrimento físico, sexual, moral, psicológico, social, político ou econômico ou perda patrimonial. Essa violência pode acontecer tanto em espaços públicos como privados.

Violência de gênero - violência sofrida pelo fato de se ser mulher, sem distinção de raça, classe social, religião, idade ou qualquer outra condição, produto de um sistema social que subordina o sexo feminino.

Violência doméstica - quando ocorre em casa, no ambiente doméstico, ou em uma relação de familiaridade, afetividade ou coabitação.

Violência familiar - violência que acontece dentro da família, ou seja, nas relações entre os membros da comunidade familiar, formada por vínculos de parentesco natural (pai, mãe, filha etc.) ou civil (marido, sogra, padrasto ou outros), por afinidade (por exemplo, o primo ou tio do marido) ou afetividade (amigo ou amiga que more na mesma casa).

Violência física - ação ou omissão que coloque em risco ou cause dano à integridade física de uma pessoa.

Violência institucional - tipo de violência motivada por desigualdades (de gênero, étnico-raciais, econômicas etc.) predominantes em diferentes sociedades. Essas desigualdades se formalizam e institucionalizam nas diferentes organizações privadas e aparelhos estatais, como também nos diferentes grupos que constituem essas sociedades.

Violência intrafamiliar/violência doméstica - açontece dentro de casa ou unidade doméstica e geralmente é praticada por um membro da família que viva com a vítima. As agressões domésticas incluem: abuso físico, sexual e psicológico, a negligência e o abandono.

Violência moral - ação destinada a caluniar, difamar ou injuriar a honra ou a reputação da mulher.

Violência patrimonial - ato de violência que implique dano, perda, subtração, destruição ou retenção de objetos, documentos pessoais, bens e valores.

Violência psicológica - ação ou omissão destinada a degradar ou controlar as ações, comportamentos, crenças e decisões de outra pessoa por meio de intimidação, manipulação, ameaça direta ou indireta, humilhação, isolamento ou qualquer outra conduta que implique prejuízo à saúde psicológica, à autodeterminação ou ao desenvolvimento pessoal.

Violência sexual - acão que obriga uma pessoa a manter contato sexual, físico ou verbal, ou a participar de outras relações sexuais com uso da força, intimidação, coerção, chantagem, suborno, manipulação, ameaça ou qualquer outro mecanismo que anule ou limite a vontade pessoal. Considera-se como violência sexual também o fato de o agressor obrigar a vítima a realizar alguns desses atos com terceiros.

Consta ainda do Código Penal Brasileiro: a violência sexual pode ser caracterizada de forma física, psicológica ou com ameaça, compreendendo o estupro, a tentativa de estupro, o atentado violento ao pudor e o ato obsceno.

Fases da violência doméstica

As fases da situação de violência doméstica compõem um ciclo que pode se tornar vicioso, repetindo-se ao longo de meses ou anos.

Primeiro, vem a fase da tensão, que vai se acumulando e se manifestando por meio de atritos, cheios de insultos e ameaças, muitas vezes recíprocos. Em seguida, vem a fase da agressão, com a descarga descontrolada de toda aquela tensão acumulada.

O agressor atinge a vítima com empurrões, socos e pontapés, ou às vezes usa objetos, como garrafa, pau, ferro e outros.


Depois, é a vez da fase da reconciliação, em que o agressor pede perdão e promete mudar de comportamento, ou finge que não houve nada, mas fica mais carinhoso, bonzinho, traz presentes, fazendo a mulher acreditar que aquilo não vai mais voltar a acontecer.

É muito comum que esse ciclo se repita, com cada vez maior violência e intervalo menor entre as fases. A experiência mostra que, ou esse ciclo se repete indefinidamente, ou, pior, muitas vezes termina em tragédia, com uma lesão grave ou até o assassinato da mulher.

Homens e a violência contra a mulher

A violência é muitas vezes considerada como uma manifestação tipicamente masculina, uma espécie de “instrumento para a resolução de conflitos”.

Os meninos são
ensinados desde a infância fazem com que meninos e meninas aprendam a lidar com a emoção de maneira diversa. Os meninos são ensinados a reprimir as manifestações de algumas formas de emoção, como amor, afeto e amizade, e estimulados a exprimir outras, como raiva, agressividade e ciúmes.

Essas manifestações são tão aceitas que muitas vezes acabam representando uma licença para atos violentos.
Existem pesquisas que procuram explicar a relação entre masculinidade e violência através da biologia e da genética.

Além da constituição física mais forte que a das mulheres, atribui-se a uma mutação genética a capacidade de manifestar extremos de brutalidade e até sadismo.


Outros estudos mostraram que, para alguns homens, ser cruel é sinônimo de virilidade, força, poder e status. “Para alguns, a prática de atos cruéis é a única forma de se impor como homem”, afirma a antropóloga Alba Zaluar, do Núcleo de Pesquisa das Violências na Universidade Estadual do Rio de Janeiro.


Saiba mais sobre masculinidades e violência acessando os sites do Instituto Promundo, Instituto Noos e Instituto Papai.
Leia mais no Portal da Violência contra a Mulher http://copodeleite.rits.org.br/



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VIOLENCIA INFANTIL


Art.5º (ECA) – Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligencia, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação e omissão, aos seus direitos fundamentais. (Art.1º, III, 3º, III e IV, e 5º, III, XLIII e XLVII, e, da Constituição Federal de 1988).
Art. 18º (ECA) – É dever de todos, velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.


"Onde á dialogo; existe a violência”


Aos 11 anos ele deixou o desconforto da casa da mãe, na periferia de Campinas, e foi morar na rua. Três anos depois, prefere continuar sem ter onde morar, vagando pela cidade, a voltar à rotina de humilhação e violência doméstica.
Ana é uma criança triste e arredia, não tem amigos e não aceita que ninguém se aproxime dela, brinca sempre sozinha e nunca olha nos olhos de ninguém. Ana era constantemente violentada sexualmente pelo padrasto e o irmão, desde os 08 anos, e o pior dessa historia é a mãe ser conivente com a situação.


A psicóloga Adelaide Pinheiro que acompanha o caso de Ana diz que a menina é extremamente frágil, e terá acompanhamento psicológico o resto da vida. “Levei três anos para conseguir dar um abraço em Ana”. Diz a psicóloga com lagrimas nos olhos.


O caso de Henrique e Ana (nomes fictícios) retrata um dos crimes que mais chocam a humanidade, o de maus-tratos e violência contra a criança e o adolescente. São infâncias interrompidas pelas mãos e mentes dos adultos que, pela regra natural da vida, deveriam protegê-las.


Cabe aos pais dirigir a educação dos filhos, tendo-os sob sua guarda e companhia, sustentando-os e criando-os. Os pais devem zelar bem estar dos filhos, suprindo-os em todas as suas necessidades, principalmente tratando-os com amar e carinho criando um lar harmonioso onde o alvo principal é o bem estar da criança. (Venosa, Silvio de Salvo. Direito de família / Silvio de Salvo Venosa. 7ª Ed. Pag. 292, São Paulo, SP. Ed. Atlas, 2007. – Coleção Direito Civil.)


A violência infantil é uma realidade presente na sociedade, e muito se debate e se discute sobre o tema, mas o fato é que a violência esta mais enraizada do que se imagina, pouco se resolve diante do que realmente acontece.


A violência contra a criança e o adolescente é maior do que se pensa, pois grande parte do que ocorre nos lares não é denunciada, pois fica encoberta pelo restante da família que não tem coragem de denunciar o agressor, seja por medo, vergonha ou conivência com a situação. Mas o lado vergonhoso desta história é que ela é praticada em muitos lares, por pais não possuem qualquer tipo de preparo psicológico para lidar com os filhos.


Alguns pais consideram os filhos como um fardo indesejável, que veio para atrapalhar a vida do casal, algumas famílias são completamente desestruturadas devido ao desemprego, álcool e drogas, um triângulo extremamente perigoso em qualquer lar ou na vida social de qualquer pessoa ou família, e, é responsável pela desagregação e destruição de muitas famílias.


A violência vem na maioria das vezes daqueles que deveriam dar abrigo e proteção. E a criança que esta em formação moldando a sua personalidade vê-se perdida sem o apoio que esperava dos pais, o que compromete de forma considerável a sua formação psicossocial. A violência contra a criança e o adolescente é marcada por formas distintas:


Violência física:
É a mais visível e perceptível da agressão sofrida por uma criança, alguns pais descontam nos filhos todas as frustrações e dificuldades que passam, a agressão é nas mais variadas formas desde surras com varas, pedaços de madeira, barras e ferro, cigarro acesso e etc.


Violência psicológica
: É uma forma de violência que alguns psicólogos consideram de difícil detecção, e pode vir a marcar a criança para o resto da vida com um comportamento algumas vezes arredio, timidez excessiva, agressividade, dificuldades no relacionamento com outras pessoas e etc. E esse comportamento é conseqüência das atitudes dos pais que na maioria das vezes utilizam palavras e gestos para agredir os filhos.


Violência sexual:
É com certeza a pior das violências que uma criança e o adolescente podem sofrer, e é praticada por pessoas da própria família, a violência sexual marca a criança de forma definitiva, o que compromete para sempre o seu relacionamento com outras pessoas. Apenas uma pequena parcela das pessoas agredidas é que fazem a denuncia, a grande maioria das pessoas não denunciam por medo do companheiro e por vergonha de expor esse trauma familiar.


Violência do abandono:
É tão degradante quanto a violência física e psicológica, os pais simplesmente tem os filhos por ter, não são capazes de qualquer atitude que venha a dar um norte a vida de seus filhos, deixando-os relegados a própria sorte. E esse abandono e marcado pelo abandono propriamente dito, como o intelectual, não se preocupando em dar qualquer tipo de educação aos filhos, seja ela moral, social ou intelectual.


A educação é um dos pilares de qualquer sociedade moderna, e nenhum país consegue crescer e se desenvolver, e ter uma sociedade justa e fraterna se ainda possuir em seu núcleo familiar comportamentos tão degradantes.
Para mudar essa realidade é preciso atuar na fonte do problema, ou seja, os pais e a sociedade.


Primeiro deve-se trabalhar “os pais.” Como base da estrutura familiar é a parte mais difícil e complexa, uma vez que estes vêm trazendo junto deles uma bagagem já formada, ou seja, possuem valores já enraizados no seu comportamento, e, esses valores são estabelecidos e pré- estabelecidos na convivência diária com a família, amigos e as experiências que surgem no dia a dia ao longo da vida.


E alguns destes valores adquiridos são perfeitamente questionáveis quando se trata de educar os filhos e de se relacionar com os mesmos.


O maior problema em relação os pais, é, mudar o seu comportamento e sua maneira de pensar e agir, é algo intrínseco, e muito mais do que querer que eles mudem, é os mesmos passarem ter consciência e da necessidade de mudar, e nesse ponto encontra-se forte resistência dentro da própria pessoa, seja o homem e ou a mulher, ambos têm que despir de todo preconceito que eles mesmos emolduraram e estabeleceram na vida, para ter uma relação mais afetiva e verdadeira com os filhos.


O segundo ponto é a sociedade.


A sociedade deve agir de forma mais objetiva em relação à violência praticada contra a criança e o adolescente, e esta deve agir em dois pontos distintos. Primeiro não aceitar o que vem ocorrendo nas cidades de uma forma generalizada, crianças e adolescentes nos pontos de ônibus, sinais luminosos e nas esquinas vivendo como pedintes.


A sociedade tem que cobrar do Estado atitude mais severa com pais relapsos e desocupados. Segundo, participar afetivamente e efetivamente de associações e entidades que trabalham com a criança e o adolescente, amparando e apoiando esses jovens naquilo que eles mais precisam que é o respeito e a busca pela própria dignidade, que foi perdida e algumas vezes destruída pelos pais através de um comportamento totalmente desestruturado.


A violência contra a criança e o adolescente tem aumentado de forma assustadora, e a cada dia ficamos chocados com as reportagens que são anunciadas pelos mais diversos meios de comunicação, temos uma sociedade amparada e estruturada na casa grande e senzala, a sociedade não mudou seu comportamento e pensamento em relação à própria família, algumas atitudes em relação à educação, valores éticos, morais e sociais ficam em segundo plano.


O importante não é apenas denunciar, mas criar soluções realmente eficazes para mudar essa triste estatística que a cada dia esta se tornando cada vez mais chocante, e um dos caminhos para reverter esse quando passa pela educação, e não apenas familiar, mas social.


Texto enviado ao http://www.jurisway.org.br em 13/6/2009
Por *Renato Nascimento.
* Sou metalurgico, faço curso de Direito na Faculdade Pitágoras Campus Ipatinga MG, tenho amor aos livros, na verdade leio qualquer material que tiver as mãos. estou motando uma pequena biblioteca com os mais variados tipos de livros.
Endereço: Rua Pelotas Nº. 35, N.º 35
Bairro: Jardim Panorama
Ipatinga - MG
35164-244
Telefone: 31 38254477












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terça-feira, 29 de setembro de 2009

Selo Comemorativo

Anninha do Blog Palavras Soltas http://anninhadoleonardo.blogspot.com/ é a mais nova amiga e seguidora.
Seu Blog está em festa e comemora 13 000 visitas. Parabéns Aninha!!!!



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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Mimo Recebido


Esse Mimo recebi do Blog Viver e Educar com Arte da amiga Viviane http://vivianepatrice.blogspot.com/
Fiquei muito feliz! Obrigada!!!
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Award


Recebi esse premio da Simone do Blog http://profemalukinha.blogspot.com/
Obrigada amiga pelo carinho.
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Selinhos

Recebi esse selinho de três amigas; Déa do Blog http://educacrianca.blogspot.com/
e Simone do Blog http://profemalukinha.blogspot.com
e Rosangila do Blog Fé na Educação http://fenae.blogspot.com/
Obrigada amigas pelo carinho!!!



Regrinhas:

1-Agradecer e postar o link de quem lhe ofereceu

2-Indicar o selinho blog 10 as amigas que lutam por uma educação melhor e de qualidade!!!

3- Avisar aos indicados

Eu indico o selinho blog 10 para:

http://grasiela7282.blogspot.com

http://imagensdecoupage.blogspot.com/

http://fazendoartenaescola2.blogspot.com/

http://amoremensinar.blogspot.com/

http://oblogdatiamaria.blogspot.com/

http://cantinhodocemagia.blogspot.com/

http://baudeletras.blogspot.com/

http://coisasemeva.blogspot.com
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Para todos os meus seguidores e amigos da net!!!!!


Recebi essa mensagem e quero dividí-la com todos vocês. Amigos que conquistei pela internet e que tenho a maior consideração.
Pessoas "desconhecidas" fisicamente, mas que passaram a fazer parte do meu dia a dia. Para sentí-los presentes, basta que eu abra o meu blog e lá estão vocês bem pertinho de mim.
Aguns chegam mais próximos, outros ficam mais reservados, mas todos são importantes.
É difícil manter contato com todos sempre, pois como bem sabem, as horas parecem andar mais depressa quando estamos navegando na internet.
Obrigada por existirem e por me incentivarem. A alegria que sinto ao receber comentários e mimos no blog, é indescritível.
Vocês são demais. Beijos!!!!
Que Deus abençõe a todos!!!


MENSAGEM DO DIA

Põe amor no seu viver!

Há um Deus dentro de você! Sim, um Deus que te abençoa e te protege!

E por isso, e muito mais, que você não pode ficar alimentando seu rancor e sua mágoa pela vida, viu? Liberte-se!

Chegou o momento de descarregar todos os seus antigos sentimentos ruins que talvez estivesse com você nesses anos todos! Alivie-se dos fardos e carmas!

Tenha fé! E acredite sempre que nenhum mal pode acontecer porque a Força Divina é a sua proteção permanente, viu?

E quando você estiver diante de uma situação ruim, pense que essa situação é uma experiência pela qual você vai passar! E vai ficar mais forte e mais competente!

Uma vida belíssima está esperando por você. Seja paciente e espere pelo melhor! Mas aja! Faça a sua parte!

Libere seus temores e inseguranças. Não combina com você! Deixe-os ir! E substitua-os pela fé e pela confiança.

Dê graças à sua vida, abençoando-se e libertando-se de todos os seus antigos sofrimentos.

Põe amor no seu viver!

Bom Dia! Boa Semana! Fique com Deus!

"A vontade é a chave que abre todas as portas"

Luis Carlos Mazzini

Recebido por email de http://www.sabedoriadosmestres.com

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domingo, 27 de setembro de 2009

A EXPERIÊNCIA E A POESIA

A EXPERIÊNCIA E A POESIA
Por Marcelo Cunha Bueno

Fico absolutamente encantado ao ver uma criança naqueles momentos em que o novo se revela diante de seus olhos! É uma experiência como educador e ser humano que não tem tamanho e que marca as nossas vidas!

Sou professor e percebo que cada vez mais nosso dever é provocar experiências de encantamento e descoberta em nossos estudantes.


Experiências são individuais e intransferíveis! Carregamos as nossas experiências conosco por toda a vida, e são elas que, muitas vezes, nos guiarão pelos caminhos escolhidos!


Ter uma vida repleta de experiências não tem nada a ver com a quantidade de coisas que você viveu, e sim com a qualidade do olhar que bebeu da descoberta!


Provocar experiências deveria ser conteúdo curricular obrigatório nas escolas.

Nunca me esqueço do dia em que fazia um passeio com meus estudantes de 4 anos à represa de Salesópolis. No meio do passeio, encontramos um bosque de pinheiros. Belíssimo!

Uma das crianças disse: “Veja o barulho do silêncio!”. Todos pararam, ficaram esperando que o silêncio se pronunciasse. Sentei no chão como se realmente esperasse escutar algo.


Todos me acompanharam. Deitamo-nos e vimos como o vento balançava as árvores. Foi então que uma criança fez a grande descoberta: “O silêncio se mexe baixinho!”.


O aprendizado é uma experiência poética! A escola deve ser o espaço onde a poesia é escrita! Em vão é a leitura do leitor que busca significado único na poesia!

Experimentar a poesia é uma experiência singular dos seres humanos. Experimentar o saber também!


Experimentar tem mais ligação com aprender do que com ensinar!


Uma escola preocupada com resultados é uma escola sem espaço para novos desafios, para incertezas. A descoberta se dá quando, diante dos desafios, encontramos caminhos para incorporá-los.


Vamos deixar que nosso encantamento escute e dê “movimento ao silêncio”. Vamos encher as nossas vidas de poesias!


Que a descoberta se transforme em experiência e a experiência transforme nossas vidas!


Marcelo Cunha Bueno é coordenador pedagógico da Escola Estilo de Aprender, em São Paulo.

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Gravidez na Adolescência-É possível evitar.

Ontem, 26 de setembro foi o Dia Mundial de Prevenção da Gravidez na Adolescência.
Milhares de meninas no mundo todo ficam grávidas sem planejamento prévio.



É possível evitar gravidez na adolescência
*Por Maria Helena Vilela

Os índices de gravidez na adolescência são alarmantes, num país como Brasil, em pleno crescimento econômico e com maior participação de pessoas de baixa instrução no mercado consumidor.

Pelos dados oficiais do Datasus - Ministério da Saúde - 24% dos bebês nascidos vivos no Brasil em 2005 são filhos de meninas entre 10 a 19 anos.

No estudo Juventudes Brasileiras, realizado pela UNESCO, 25% das meninas que engravidam na adolescência abandonam a escola. A evasão escolar é uma das conseqüências imediatas da gravidez na adolescência.


Os pais transferiram para a escola a obrigação de ensinar e discutir educação sexual.


Há 15 anos, o Instituto Kaplan desenvolve metodologias de promove capacitação de profissionais para explicar como a sexualidade deve ser vivida, sem interromper sonhos.


Quando trabalhamos com educação e saúde pública, temos que ter em mente nossa responsabilidade. Descobrimos que, com vontade política e investimento no capital humano, é possível diminuir a gravidez na adolescência.


O Instituto Kaplan, com parceria da Pfizer, elaborou um projeto em 14 municípios do Vale do Ribeira, uma das regiões mais pobres do Estado de S.Paulo.


O "Vale Sonhar" conseguiu diminuir 91% o índice de gravidez na adolescência em 14 municípios, por meio de um curso de capacitação em sexualidade para professores das escolas estaduais e educadores do Programa Escola da Família, e formação da rede comunitária de prevenção de gravidez na adolescência - REGA.


A dramatização de situações como: fazer uma viagem ao futuro estando grávida e perceber o adiamento dos sonhos de estudar e fazer uma carreira, foi uma eficaz aliada da informação para conscientizar os adolescentes!


Esse trabalho foi emblemático e as secretarias de educação dos estados de Alagoas, Espírito Santo e São Paulo adotaram o Projeto Vale Sonhar, capacitando seus professores da rede pública e totalmente voltados para o bem estar do adolescente, a diminuição da evasão escolar e a prevenção de saúde.


Ganha a sociedade, que terá um adolescente se preparando para o mercado de trabalho e menos crianças na rua ou criadas pelos avós, engrossando estatísticas de país subdesenvolvido.


O Projeto Vale Sonhar tem seus reflexos no comportamento desses jovens, mas impacta positivamente no sistema de saúde, na produção escolar e na possibilidade de formar talentos para o mercado.


Os professores ficam motivados porque o resultado se vê na maturidade dos alunos e na perspectiva de vida melhor pelo estudo.


É necessário encarar a gravidez na adolescência como um problema da sociedade!

Criar um círculo virtuoso é dever do estado, apoiado pela responsabilidade social de empresas, dos profissionais de ONG´s e OCIP´s, de professores comprometidos com o futuro intelectual da nação, de profissionais de saúde envolvidos e de pais que querem um futuro melhor para seus filhos.


A escola representa o principal espaço de sociabilização de crianças e adolescentes. Isto, associado ao tempo cada vez mais reduzido que os pais ficam com seus filhos, faz da escola uma das principais fontes de aprendizagem da convivência em grupo que podem contribuir para a saúde e da qualidade de vida de seus alunos.


É preciso entender que os paradigmas da sexualidade mudaram exponencialmente na última década.

Os jovens têm acesso a informações com todo tipo de conteúdo pela internet, além da motivação para ter comportamentos sexuais, porque isso é da natureza humana e a nossa sociedade está mais permissiva em relação à sexualidade.


Isso exige dos adultos diálogo franco, honesto, sem meias palavras. Com a mãe levando sua filha ao ginecologista, explicando como usar os métodos contraceptivos, esclarecendo que não é inteligente segurar o namorado com uma gravidez e confirmando que a adolescência não é o melhor momento para se ter um filho.


É preciso desenvolver a auto-estima nessa garota. O mesmo vale para os meninos: é preciso entender que usar camisinha é um ato de autonomia e controle de sua paternidade. Um filho é bem vindo se planejado e na hora certa!


A escola, através de seus professores capacitados com metodologia eficiente, será a maior aliada dos pais e do Governo para combater e prevenir a gravidez na adolescência.


Precisamos desbancar a hipocrisia, olhar para nossos jovens com a perspectiva de fazer uma nação qualificada e com força para fazer o Brasil crescer em inovação, em trabalhos que utilizem nossa capacidade intelectual e não por ser mão-de-obra barata.


Investir nas políticas de educação e saúde, visando os adolescentes, é apostar num país com perspectiva de crescer mais justo, mais igualitário em oportunidades.

Um jovem casal pobre, com filho para criar, encarece o estado, rouba os sonhos e diminui a possibilidade de mudar o patamar econômico de uma família.


*Maria Helena Vilela é diretora do Instituto Kaplan
23/9/2009
Por Aprendaki Multiplicando
São José dos Campos - SP - Brasil
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Projeto de lei cria programa de combate ao bullying


Projeto de lei cria programa de combate ao bullying

25/09/09 - Tramita na Câmara o Projeto de Lei 5369/09, do deputado Vieira da Cunha (PDT-RS), que cria o Programa de Combate ao Bullying, destinado a identificar as crianças vítimas de intimidação (em inglês, bullying) nas escolas e na sociedade e a estabelecer mecanismos de prevenção.

A proposta define bullying como todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo, que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.

Bully quer dizer valentão, brigão, arruaceiro, pessoa que vitimiza as outras.

Caracteriza-se o bullying quando há violência física ou psicológica em atos de intimidação, humilhação e/ou discriminação.

Na internet, a prática é chamada de cyberbullying. Ela é caracterizada quando sites ou redes sociais da WEB, como o Orkut e Twitter, são usados para depreciar, incitar a violência, adulterar fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial.

Entre as ações estabelecidas pelo projeto para prevenir o bullying estão:

- a capacitação de docentes e equipes pedagógicas para a implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema;

- a implementação e disseminação de campanhas de educação, conscientização e informação;

- a instituição de práticas de conduta e orientação de pais, familiares e responsáveis para a identificação de vítimas e agressores; e

- a assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e agressores;

O deputado explica que, de acordo com o site plan.org.br, de uma organização não governamental que trabalha com o desenvolvimento da criança e do adolescente, há no mundo todo 350 milhões de crianças vítimas desse tipo de violência, sendo que aproximadamente um milhão de crianças por dia passam por situações de violência em escolas em todo o mundo.

"Todos os dados indicam que bullying tem reflexos muito negativos, como a evasão escolar, já que as vítimas desse abuso ficam traumatizadas e passam a temer o ambiente escolar", explica Vieira da Cunha, lembrando que, em alguns casos, a consequência pode ser até mesmo o suicídio pelas vítimas.

A organização faz parte da campanha internacional Aprender Sem Medo, que busca acabar com a violência nas escolas.

De acordo com a pesquisa, esse tipo de violência afeta não somente a personalidade, a saúde física e mental das vítimas, mas também tem repercussões marcantes nas famílias, na comunidade e na própria economia nacional.

Vieria da Cunha argumenta que a intenção é conscientizar a sociedade sobre o problema e, assim, evitá-lo, acabando, desta forma, com o crescente êxodo escolar de crianças vítimas de bullying e com traumas futuros, como estresse, ansiedade, depressão e outros efeitos colaterais, como dependência do álcool, drogas e forte propensão ao suicídio.

A proposta será analisada em caráter conclusivo pelas comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; de Educação e Cultura; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. (Da Agência Câmara)

http://www.arede.inf.br



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sábado, 26 de setembro de 2009

Sou culpado pelas escolhas que fiz



Sou culpado pelas escolhas que fiz

Não podemos evitar o que aconteceu no passado.

Se foi bom ou ruim, devemos assumir a autoria de todas as experiências, pois elas nos tornaram o que somos hoje.


Todas as escolhas foram feitas com o sentimento daquele momento, com a razão ou com a emoção e foram caminhos que nós escolhemos, certos de que eram os melhores.


Por tanto, quanto piores tenham sido, melhores somos hoje.


O passado é passado, mas o amanhã durará para sempre e não podemos permitir que o passado controle a nossa vida e ocupe um lugar em nossa mente.


Correremos o risco de mantermos o elo ligando nossos próximos passos às pegadas deixadas no caminho.


Entre em seu coração e verifique quem você é e o que quer ser.


Olha para trás é quase sempre muito perigoso e pode relaxar a vigilância.


Tenha desapego; libere seu antigo eu; abra os braços para os novos tempos e enxergue os novos caminhos que se abrem para você em todo amanhecer.


Legrand
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A gente pode


A gente pode


morar numa casa mais o menos
morar numa rua mais o menos
morar numa cidade mais o menos
e até ter um governo mais o menos

A gente pode

dormir numa cama mais o menos
comer um beijão mais o menos
ter um carro mais ou menos,
e até ser obrigado a acreditar mais
ou menos no futuro.

A gente pode

Olhar em volta e sentir que tudo
está mais ou menos
TUDO BEM
O que a gente não pode mesmo,
nunca, de jeito nenhum,

É amar mais ou menos

É sonhar mais ou menos
É ser amigo mais ou menos
É ter fé mais ou menos,

Senão a gente corre o risco de se

tornar uma pessoa mais ou menos.

(Chico Xavier)


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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Escola ou família, quem é a culpada?



Escola ou família, quem é a culpada?

Amanda Polato

É possível acabar com o jogo de empurra entre a família e a escola sobre a incumbência pela formação de crianças e adolescentes. Entenda como.

Pais esperam ações dos professores e esses dizem não caber a eles tais tarefas. Professores, por sua vez, depositam nos pais expectativas que eles não têm condições - ou não sabem como - cumprir.

No meio disso, estão os alunos, que, diante do fracasso escolar, transferem o ônus ao professor. Esse jogo de empurra gera uma série de equívocos e mitos sobre o relacionamento entre a família e a escola, prejudicando o estudante, que deveria ser a prioridade de todos.


"Vários fatores influenciam o aproveitamento do aluno. Se a escola e a família buscam ações coordenadas, os problemas são enfrentados e resolvidos", afirma a psicóloga Ana Costa Polonia, docente da Universidade de Brasília (UnB).


Para dar início ao diálogo produtivo, ideias prontas devem ser desconstruídas. É essencial que os professores entendam o público para o qual prestam serviço (como está organizada a família contemporânea? Qual o papel dela na Educação?).

Por outro lado, a família deve compreender a missão e as propostas da escola e conhecer formas de contribuir com ela. Leia a seguir sobre os cinco principais mitos que envolvem essa relação, sua origem e o caminho para superá-los.


1. Famílias desestruturadas são um problema para a escola


André é filho de Marta e Geraldo, que se separaram e casaram com novos parceiros. Marta se uniu a um homem com duas filhas (que moram com a mãe delas). E Geraldo, com uma mulher que tem um filho do casamento anterior, que passa a viver com o novo casal. André mora com a mãe e visita o pai três vezes por semana, sendo que, em uma delas, fica na casa da avó paterna, junto com os primos. Esse é só um dos possíveis arranjos familiares contemporâneos - e que ocorre em qualquer classe social.


A dinâmica familiar mudou muito, abrindo mais espaço para a expressão pessoal e para a autonomia de cada membro. É o que constata Clarice Ehlers Peixoto, antropóloga do Grupo de Estudos sobre a Família Contemporânea da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). "O amor é o regulador das uniões, que podem ter diversas denominações: união livre, união homossexual, família monoparental (mãe e filhos, pai e filhos e, recentemente, avós e netos)", explica.


É um engano pensar que isso é novidade no Brasil: desde a colonização, há filhos fora do matrimônio, uniões esporádicas e concubinatos. A diferença é que hoje muito disso é legitimado social e juridicamente.

"Não há um modelo único, e sim uma pluralidade de experiências de família", conta Myriam Lins de Barros, antropóloga da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Por isso, não faz sentido falar em "desestruturação", muito menos associar a ideia às classes mais populares.

"O termo parte da lógica do modelo pai-mãe-filhos. Mas outras possibilidades não levam, necessariamente, à desorganização", diz a antropóloga.

O sociólogo francês François de Singly afirma no livro Sociologia da Família Contemporânea que diversas configurações familiares são fontes de estigmatização.

Às vezes, no discurso de psicólogos, professores e assistentes sociais, a desagregação é a resposta rápida para problemas sociais e psicológicos da criança. Só que não existe nenhuma comprovação disso. Um divórcio pode abalar a vida de um garoto, mas isso não é uma regra.


Outra relação recorrente é entre "desestruturação" e o pouco envolvimento familiar nas questões escolares.
Rosa Maria da Exaltação Coutrim, professora de Educação da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), pesquisou o desempenho de alunos criados pelos avós e não detectou nenhum prejuízo.
"Os avós que assumem os cuidados costumam comparecer mais à escola e incentivam os estudos dos netos, mesmo quando têm pouca escolaridade", relata Rosa.


2. A família é responsável pelo aprendizado escolar dos filhos


Para a maioria dos professores, o ambiente familiar é preponderante na Educação de crianças e jovens. O resultado aparece na pesquisa Qualidade da Educação, da Fundação SM e da Organização dos Estados Ibero-Americanos, de 2008, que ouviu quase 9 mil docentes. A escola tem uma influência menor. Os entrevistados têm razão?

Em parte. Família e escola compartilham a responsabilidade de educar, mas com objetivos, conteúdos e métodos diferentes. O tipo de aprendizagem acaba definindo o foco de ação de cada uma das partes.


"A escola é responsável pelo núcleo formal do ensino da leitura, da escrita e da Matemática e suas regras e seus parâmetros científicos, entre outros conteúdos", aponta Ana Costa Polonia, da UnB.

Isso não quer dizer que a criança não possa ter contato com a Matemática em casa - tal ação pode contribuir com o ensino formal. Na cozinha, ela aprende a identificar quantos ovos e xícaras de leite e açúcar vão em uma receita de bolo. Na sala de aula, a mesma receita será escrita com símbolos matemáticos.


Até o século 19, o ensino ficava a cargo da família ou de pequenos grupos, cada um de seu jeito. Depois, a escola assumiu o papel de formalizar os conhecimentos, ampliá-los, sistematizá-los e torná-los comuns a todos.

"Boa parte da Educação oferecida pela família foi deslegitimizada", conta Ana Maria Almeida, docente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e cocoordenadora do Focus, grupo de pesquisa sobre a instituição escolar e as organizações familiares.


Agora a situação é diferente. A família, antes afastada, está sendo convocada a participar. A mudança veio com as teorias pedagógicas centradas nos alunos, que passaram a levar em consideração o que ocorre com a criança fora do contexto escolar.

"É uma novidade histórica: os professores não concebem mais sua atuação desvinculada da família", comenta Maria Alice Nogueira, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).


É preciso conhecer os pais, onde e como vivem e identificar os saberes que vêm de casa, mas a escola não pode abdicar do seu papel: o trabalho formal e sistemático com o conhecimento. "Pais não são professores. O conteúdo escolar é uma tarefa docente", enfatiza Ana Polonia.


3. Os pais nunca estão presentes em atividades da escola


Se a escola e a família são os principais responsáveis pela Educação, era de esperar uma parceria azeitada. O que se vê, no entanto, é uma relação tensa. Uma das grandes queixas é a falta de envolvimento dos pais na vida escolar.


Há diferenças muito grandes entre as escolas do país: em algumas, essa participação é grande (principalmente nas cidades pequenas) e, em outras, baixíssima. De forma geral, entretanto, a Educação é muito valorizada pelos pais de todas as classes sociais.

De acordo com a socióloga Maria Alice, da UFMG, o diploma ganhou muita importância na vida das pessoas - é a definição da posição social futura. "As famílias respondem bem ao chamado da escola e até se antecipam a ele porque consideram o estudo dos filhos muito importante para ficar só nas mãos dele", defende a pesquisadora.


Mais do que interesse, os pais têm obrigações. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) determina que cabe à garotada estudar e à família cuidar para que a frequência às aulas seja cumprida, sob risco de punição.

O Ministério da Educação (MEC) lançou, em 2008, um manual para incentivar a participação familiar. Recentemente, pais que recebem o Bolsa Família passaram a ter presença obrigatória em reuniões escolares.


Por que, então, a sensação é a de que os pais estão ausentes? Existem problemas, principalmente, de comunicação. Não dá para esperar um grande comparecimento em uma reunião marcada, por exemplo, numa quarta-feira às 15 horas. É horário de trabalho e nem todo mundo consegue negociar saídas e folgas.


Também há divergências de opiniões e interesses. "O professor sempre fala em parceria, mas não costuma receber bem a opinião do pai “leigo" conta Maria Alice.

"Já os pais estão pouco dispostos a acatar recomendações (ou ingerências?) sobre como vivem e cuidam dos filhos."


Em busca de aproximação, vale perguntar aos responsáveis: o que impede ou atrapalha a participação na vida escolar? Que estratégias usam diante das dificuldades dos filhos? Com base nisso, a escola pode ajudar, adequando os horários de atendimento aos pais ou promovendo discussões sobre o trabalho pedagógico.


4.O tema principal da reunião de pais deve ser o comp
ortamento


Os professore
s querem a participação dos pais para melhorar o desempenho dos alunos, mas nas reuniões o que menos se fala é em aprendizagem. Pesquisa do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial e da Fundação Victor Civita (FVC), feita em 2008 com 840 educadores, mostra que o tema campeão dos encontros é o comportamento em sala de aula.

Em tese de doutorado defendida na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Luiza Maria Braga Silveira identificou que, muitas vezes, professores fazem reuniões só para reclamar e cobrar atitudes dos pais. "Não perguntam como é o estudo em casa ou o que funciona.

" Segundo a pesquisadora, a escola se coloca, nesses casos, como se estivesse num nível superior e detivesse todos os conhecimentos sobre a criança. Não raro, questões da esfera educacional são ultrapassadas. "Chegam a questionar a vida conjugal dos pais e a carga horária de trabalho da mãe", diz.


As reuniões deveriam ser momentos de explicar o planejamento pedagógico, as ações já realizadas e a evolução do aprendizado da garotada. Não basta mostrar as notas.

Os pais precisam entender o que os filhos sabem e o que não sabem. "Se os responsáveis não conhecem estratégias de ensino ou conteúdos atuais, o professor pode criar uma situação para que compreendam o tipo de proposta.

Uma atividade de cálculo mental, por exemplo, pode ser feita na reunião da mesma forma como é conduzida em sala", afirma Priscila Monteiro, formadora do projeto Matemática É D+.


O comportamento dos estudantes não está ligado diretamente ao aprendizado, mas é visto como obstáculo ao ensino. A socialização primária (cumprimentar e esperar alguém terminar de falar para se manifestar, entre outros) é, sim, uma das tarefas educativas da família.

Mas a socialização também é um conteúdo escolar, especialmente na Educação Infantil e em séries iniciais do Ensino Fundamental.


Para contornar problemas de comportamento, família e escola acabam seguindo caminhos distintos, por vezes equivocados, de acordo com Luiza Silveira, da PUC-RS.

Se os pais usam estratégias ambíguas, por exemplo, os professores apelam para métodos autoritários e querem que a família os reproduza. É preciso estabelecer práticas comuns - o que pode ser articulado num encontro entre coordenação pedagógica, docentes e familiares, fora da reunião de pais.


5. A escola do meu filho oferece um ensino de boa qualidade


O resultado de uma recente pesquisa do MEC sobre como os pais vêem a escola pública surpreendeu muita gente. O levantamento mostrou que eles estão satisfeitos com a qualidade do ensino.


Foi uma novidade para quem lida com os dados das grandes avaliações feitas com os alunos. O país vem melhorando, mas está longe do ideal.

Os estudantes brasileiros estão entre os de pior desempenho no Pisa (sigla em inglês para o Programa Internacional de Avaliação Comparada), que mede a proficiência em leitura, Matemática e Ciências em 57 países.


O resultado não surpreendeu quem conhece de perto a realidade das famílias. "As camadas mais populares, que são a maioria com filhos na escola pública, têm menos condições (ou acham que têm) de avaliar e questionar o trabalho pedagógico. Falta informação sobre o universo escolar", explica Maria Alice, da UFMG.


A professora Zaia Brandão, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), levanta outra hipótese: a de que os pais avaliem o sistema em relação ao passado, em que faltavam escolas, merenda e material didático e as políticas de assistência não existiam.

"As mudanças nas últimas décadas significaram melhorias importantes nas condições de acesso e permanência na escola."


Contudo, no estudo do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial e da FVC, os pais mostram que têm clareza sobre o principal atributo de uma boa escola: que tenha professores que saibam ensinar.

O reconhecimento sobre a importância dos docentes é um ótimo ponto de partida para firmar uma parceria em que todos vão sair ganhando. Especialmente os alunos.


http://revistaescola.abril.com.br/formacao

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Mais um Selinho Comemorativo


O Blog http://aotoquedoamor.blogspot.com/ da Sandra está comemorando
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Parabéns amiga! Mais Sucesso pra você!
Beijos!!!

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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Papel da Escola, Família e Educação

Tempo de ser
Jane Patrícia Haddad

Nos últimos tempos, discute-se muito o papel da escola, família e educação. Fala-se muito das funções de cada um, do tempo, do tempo de fazer e do tempo de executar, mas não se fala do tempo de ser.

Nós, ocidentais, sentimos o tempo como algo vazio, que precisa ser preenchido rapidamente. Vivemos em um tempo sem tempo! Um tempo de ter! Um tempo de preencher. Um tempo de excesso de informação circulante.

É necessário resgatemos em nós e em nossos alunos o tempo de ser, o tempo de despertar potenciais, competências, sonhos e desejos adormecidos por um tempo de ter.

É tempo de despertar em nossos aprendizes o desejo de saber. O saber que deve ser provocado por uma escola diferente. Uma escola encantada, impregnada de sonhos, desejos e possibilidades de ser.

Acredita-se que a escola não pode tudo, mas pode muito mais do que imaginamos.

Tempo de ser! É essa a função do verdadeiro educador. É essa a missão das verdadeiras instituições de ensino – injetar confiança em crianças e jovens, muitas vezes descrentes de seu valor, de suas habilidades, de sua singular capacidade de escrever novos roteiros para suas vidas.

Façamos das nossas escolas um caminho real para uma efetiva mudança no ato de educar.

Jane Patrícia Haddad é Pedagoga, Psicopedagoga clínica, em constante Formação Psicanalítica. Ministra Palestras para Famílias e Educadores.
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Biblioteca nas Escolas-Agora é Lei


Esta matéria é muito interessante e importante para você, gestor. Como diz o início do texto, agora é lei: toda escola pública tem cinco anos para ter sua biblioteca.

Saiba mais lendo este texto, que será dividido em 2 partes. Boa leitura.


Como montar uma biblioteca

Saiba o que fazer para ter um acervo atual e requisitado em sua escola
Tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei 4536/08, que dá prazo de cinco anos para que todas as escolas públicas e privadas do País tenham bibliotecas.

O projeto do deputado Marcelo Almeida (PMDB-PR) considera como acervo ideal a média de três livros por aluno matriculado, mas não fixa prazo para essa meta ser alcançada. Sejam obrigatórias ou não, o fato é que as bibliotecas auxiliam no estudo e aproximam escola e aluno.

Confira nesta reportagem detalhes de como montar uma biblioteca para instituições de ensino, tornando-as mais atrativas e estimulando a leitura.
Para criar um espaço de troca de conhecimento e tornar os alunos assíduos, a escola pode apostar em algumas estratégias.

A biblioteconomista Andrea de Oliveira Alves, de São Paulo (SP), afirma que o processo começa com a análise da faixa etária do público e de suas necessidades. É preciso verificar o perfil dos alunos: a classe socioeconômica, o nível de escolaridade e se há estudantes deficientes visuais ou motores.

É preciso contratar uma pessoa para organizar esse local dentro da instituição. “O bibliotecário é o mais apto para analisar o público e possui códigos para catalogação e classificação do acervo”, afirma Andrea.

Também são funções desse profissional: desenvolver uma política de coleção de acervo e usá-la constantemente, organizar os materiais para que sejam encontrados posteriormente, elaborar e usar vocabulário controlado de acordo com seus usuários e prestar o suporte necessário na referência ao usuário, ajudando-o a desenvolver estratégias de pesquisa.

“O bibliotecário também é o mais hábil para contornar qualquer problema relacionado à falta de estrutura ou de instrumentos para a execução do seu trabalho. Na falta de um código de catalogação, por exemplo, ele é capaz de criar um que lhe atenda e sirva aos frequentadores da biblioteca”, esclarece a biblioteconomista.

Os livros devem atender as necessidades dos alunos: não existem modelos de bibliotecas prontos. Tudo depende da realidade do público, porém, tratando-se de uma biblioteca escolar, é indispensável que existam livros didáticos e de literatura, de acordo com a faixa etária dos estudantes, para que sirvam de apoio e incentivo à instrução do aluno.

O acesso à informação não pode ser limitado apenas a livros e materiais impressos. “Há diversos suportes que permitem uma maior interação do usuário com a informação, tornando-a mais atrativa, como suportes virtuais (acessíveis por computador), auditivos e visuais, como CDs de música e filmes em DVDs”, ressalta a biblioteconomista.

Caso exista fácil acesso a computadores e à internet, a biblioteca do colégio pode incluir em seu acervo materiais cujos direitos autorais já estão em domínio público.

A busca pode ser feita, por exemplo, pelo site Domínio Público (www.dominiopublico.gov.br).
A biblioteca iniciante também pode contar com o programa do governo federal de criação desses espaços, disponível no site do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas da Biblioteca Nacional (www.bn.br/snbp). O sistema é válido também para escolas públicas.

O Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB) sugere que o espaço destinado aos livros seja “aconchegante, iluminado, arejado e tranquilo, permitindo aos frequentadores discutirem e trocar experiências sem atrapalhar os usuários que precisam de silêncio”.

Área para leitura e cabines individuais ou para grupos também são recomendadas. Como muitas bibliotecas não dispõem de espaço adequado sequer para seu acervo, o CFB indica que o bibliotecário estabeleça horários para estudos em grupo e individuais.

O estudante também deve se sentir confortável seja no chão – com tapetes, pufes e almofadas – ou em mesas e cadeiras. As estantes precisam ser acessíveis e de materiais resistentes. Se forem de madeira, com tratamento contra cupins e outras pragas que podem atacar os livros. É indicado que as prateleiras sejam móveis, para que se adequem ao tamanho dos livros e, assim, proporcionem um melhor aproveitamento do espaço.

A especialista Andrea ainda defende o uso de softwares de gerenciamento que facilitam o trabalho de administração do acervo. “Eles permitem controle de entrada e saída dos livros, possibilitam melhor conhecimento dos interesses de seus usuários e evitam perdas e prejuízos.

Também ajudam na pesquisa e conferência do acervo. Para isso, não há necessidade de grande investimento financeiro, uma vez que existem softwares gratuitos que atendem as necessidades de bibliotecas pequenas e médias”, lembra. Se a biblioteca não possuir recursos para adquirir um computador, pode-se recorrer a métodos mais convencionais, como fichas de empréstimo.

Texto de Guilherme Soares Dias publicado na edição de setembro da revista Gestão Educacional. Contato: editorial@humanaeditorial.com.br
http://www.gestaoeducacional.com.br
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