""Mas tudo isso aconteceu para que se cumpram as Escrituras dos profetas. Então todos os discípulos, deixando-O, fugiram."" (Mateus, 26.56)
Judas negociou seu Mestre por trinta moedas (valor de um escravo). Podemos pensar: "Que traição! Isso é revoltante! Jesus era tão bom, tão justo, tão amoroso... como pôde Judas agir daquela forma?".
Quantas moedas temos recebido, todas as vezes que, inocentemente, trocamos o nosso Mestre por algo? Quantas moedas temos recebido quando, nos intitulando Seus seguidores, abrimos mão do privilégio de nos alimentar somente da Sua Palavra, e corremos atrás de fábulas sincréticas e delírios espirituais, que entre nós - cristãos - se reproduzem aos montes? Moedas da euforia ilusória, da atrofia espiritual e da vida cristã débil.
Muitos dentre nós até gostam de Jesus, das Suas palavras, se dizem cristãos, mas interiormente agem como quem anula os efeitos espirituais do Seu sacrifício na cruz. Acreditam erroneamente que para ser salvo, apesar da cruz, é preciso fazer por onde. Será que isto não é, de fato, trocar e vender o sacrifício caríssimo de Jesus na cruz por um valor ínfimo? Mudam apenas as moedas e os Judas. Pensar e agir assim é traição!
Trocamos nosso Jesus pelas moedas das prioridades profissionais - "afinal, temos que sobreviver"; trocamos Jesus pela moeda da juventude - "Ah, ainda sou muito jovem para pensar nessas coisas... certamente quando estiver mais velho". Trocamos o servir ao Senhor Jesus pela moeda do lazer - "afinal, trabalhamos tanto a semana toda, é justo descansar!".
O que nos difere de Judas? Precisamos ser honestos para reconhecer que temos barateado o que não tem preço. No passado, foram apenas trinta moedas. Hoje, elas são inúmeras e imperceptíveis. Diante disso, estejamos arrependidos para acertar nossas contas com Jesus, sob o risco de, como Judas, estarmos a ponto de dar cabo das nossas vidas... por tão poucas moedas.
Ricardo César, Rev.
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