sábado, 31 de outubro de 2009

O Brasil merece uma educação melhor, mas quem irá educar os brasileiros?


Depois de ler a pesquisa da revista Veja de 20/08/08, fiquei refletindo sobre a educação que os brasileiros merecem não é aquela educação acadêmica, decoreba:

1 – Que obriga o aluno a decorar o ponto, escrever na prova, mesmo que esqueça tudo logo depois;


2 – Que o aluno ouve, ouve, ouve e repete, repete, repete o que o professor fala, fala, fala como se ele não tivesse opinião própria;


3 – Que o aluno fica sentado em silêncio, escutando, escutando e escutando (ou dormindo), porque sabe que não pode interromper quando o professor fala, fala e fala para dar tempo de acabar o programa;


4 - Que humilha o aluno nas avaliações valorizando os enganos, fazendo cair a autoestima de 40 alunos em cada sala de aula, (milhões no Brasil);


5 - Que faz o aluno odiar a escola e os professores, esperando ansiosamente pelas férias;


6 – Que oprime tanto que o aluno não sabe citar momentos de alegria na sala de aula;


7 – Que é formada por duas classes: a dominante (que sabe tudo) e a dominada (que não sabe nada). Qual será o futuro desse pobre aluno sem iniciativa, sem espírito de luta, de liderança, acovardado diante dos problemas da vida?


8 – Que o aluno é considerado inimigo, por isso tem que se submeter a tudo e a todos, em silêncio, sem reclamar, sem se defender, aprendendo a abaixar a cabeça e dizer “sim” SEMPRE;


9 – Que o aluno não tem de saber quais as finalidades, os objetivos daquela aula para a vida deles. Quem tem de saber tudo é o professor. O aluno só tem que decorar ponto.


10- Que o aluno adora quando o professor fica doente, assim não terá que ouvir, ouvir e ouvir o professor falando, falando, falando, dando ordens e oprimindo;


11 – Que faz o aluno odiar a escola, criando apelidos horrorosos para os professores (e vice-versa).


Talvez a educação criativa possa ajudar. Na Educação Criativa, o que acontece na sala de aula?


1 - O professor é aquele que dá a proposta de atividade criativa e a classe vira um formigueiro provocado pela motivação.

Os alunos, em subgrupos, são colocados em situação-problema e buscam soluções criativas, dando ideias, ouvindo as sugestões dos colegas, concordando, discordando, acrescentando, pesquisando nos livros ou na memória de cada um.


Eles estão desenvolvendo a agilidade mental porque sabem que essa atividade tem apenas alguns minutos.

Depois, cada subgrupo irá apresentar suas soluções de problemas criados pelo professor, conclusões criativas, fugindo da mesmice.

Professor não é aquele que resolve problema de alunos, mas, sim, aquele que coloca os alunos em situações-problema para que aprendam a se virar na vida, criativamente.


2 – Qualquer pessoa acadêmica que entrar na classe irá ficar assustada com a “indisciplina”, mas esse é um novo conceito de disciplina. É a disciplina da Educação Criativa que põe o aluno em ação, aprendendo com a troca de experiências dos colegas, sabendo que a conversa tem que ser no “cochicho” para não importunar os outros que também estão pensando e discutindo outros problemas.

É um novo conceito de disciplina que quer dizer ORDEM MENTAL e não “todos sentados em silêncio absoluto durante 50 minutos”, escutando, escutando e escutando ou dormindo.


3 – O conteúdo, que era apenas um pequeno apoio, começa a aumentar, aumentando também a curiosidade e o estímulo para buscar mais conhecimento; descobrindo a alegria de aprender mais sobre aquele assunto.


4 – Cada grupo se apresenta, na frente da classe, contando o que descobriu suas dificuldades para resolver cada parte do problema criado pelo professor.


5 – Nesse momento, eles estão motivados para buscar novos conhecimentos para a próxima aula, promovendo o desbloqueio de três personagens que cada aluno tem dentro de si: o gigante (que pode tudo, mas está bloqueado), a criança (que quer ser feliz e viver plenamente, mas está bloqueada) e o filósofo (que gosta de aprender a pensar, sentir, agir, analisar, liderar, escolher, criar laços afetivos com todos, mas também está bloqueado).

A autoconfiança, a autoestima e a segurança emocional estão aumentando em cada aula, em cada atividade criativa, porque a escola está trabalhando com seres humanos e não com robôs.


6 – Sem muito trabalho, o professor está terminando sua aula e deixando os alunos muito motivados para pesquisar e discutir qualquer conteúdo fazendo Projetos Criativos e apresentando, na próxima aula, para o professor e para os colegas que poderão ajudá-los, acrescentando sugestões e dando forças para que leiam e pesquisem mais.


7 – Por estarem motivados, os alunos querem falar sobre seus Projetos, sem medo de errar, de pensar, de fazer, de realizar o que está pretendendo, sem inibição e sem exibicionismo, defendendo sua opinião e respeitando o que o professor e os colegas têm a acrescentar, aprendendo a trabalhar individualmente e em grupo.


8 – O professor está levando os alunos a descobrir que é motivo de grande prazer saber pesquisar, ler e entender o que leu, saber que o texto é a opinião do autor e que ele pode concordar ou discordar porque tem sua própria opinião.


9 – Na atividade de situação-problema, o professor está despertando nos alunos a vontade de experimentar, fazer laboratórios, criar Projetos e interpretá-los para a classe, de forma humorística e com expressão corporal, desenvolvendo o espírito lúdico e a autoconfiança.


10 - Pela motivação, aprendem a maravilhar-se com o gigante que cada um tem dentro de si, mas também maravilhar-se com o nascer e o pôr do sol, o sorriso de uma criança, o apoio a um idoso, buscando valores humanos.


11- Na busca de soluções criativas para a situação-problema aprendem a fazer amigos, a mantê-los e a compartilhar suas emoções. Afinal, são seres humanos aprendendo a amar.


12 - Brincando com a imaginação e com o absurdo deixam transbordar a alegria própria da criança, do adolescente e do jovem.


13 - Cheios da alegria de estudar, de ler, de compreender, de aprender, de crescer, os alunos estão aprendendo e treinando o senso de responsabilidade, de compromisso, de solidariedade e de amor.


14 - Nessa atividade criativa, os alunos estão se exercitando para saber comentar um livro, um filme, desenvolvendo sua capacidade de análise crítica.


15 - Avaliando os colegas, e fazendo auto-avaliação os alunos admiram com alegria quando eles expressam riqueza de liberdade de pensamentos e sentimentos. Descobrem então que não há necessidade de tanta avaliação, porque cada um está dando o melhor de si, promovendo o seu crescimento sem comparação e sem competição, cada um com a sua individualidade.


Em Educação Criativa a avaliação é feita por aplausos de encorajamento para que os alunos aumentem sua autoconfiança, acreditem em si próprios e produzam cada vez mais, sempre felizes com a sua maneira de ser.


16 - Despertando a sabedoria e o potencial do gigante, da criança e do filósofo que estavam bloqueados dentro de cada aluno, o professor estará realmente fazendo educação.
Vamos tentar entender e aprender a trabalhar com a geração internet, que merece uma educação melhor no Brasil?
Com essa pesquisa mundial (revista Veja de 20/08/08) ficou provado que dar ponto para aluno decorar não é educação. Se não mudarmos a metodologia, as escolas se tornarão fábricas de produzir analfabetos.


Texto de Glorinha Aguiar, especialista em Educação Criativa (na prática). Contato: glorinhaaguiar@uol.com.br
Priscila Conte
Jornal Virtual (Profissão Mestre)

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