Acredite em você
Por Osvino Toillier
O importante não é o que lhe fizeram, mas o que você fizer com o que lhe fizeram.
Esta preciosidade foi concebida por cérebro iluminado de Sartre e remete à reflexão sobre a reação diante das circunstâncias da vida que temos de enfrentar.
Não há blindagem contra isso.
Quando a gente consegue colocar-se acima das reações epidérmicas e mergulhar na essência da vida, talvez consiga libertar-se das amarras que escravizam e nos tornam pesados como as correntes que aprisionam os condenados nas prisões.
O desafio é sair da caverna e encarar o mundo com suas circunstâncias, hostis não poucas vezes, mas “tem outro jeito não”! A vida também é o que fizermos dela.
Aí vai um texto poético, de alguém que pensou sobre o tema: “Não importa o que é o mundo.
O importante são os seus sonhos. Não importa o que você é. O importante é o que você quer ser.
Não importa onde você está. Importa é para onde você quer ir. Não importa o por que. O importante é o querer. Não importam suas mágoas. O importante mesmo são suas alegrias.
Não importa o que você já passou. O passado? Guarde na sua lembrança. Nunca pense em julgar. Não veja. Apenas olhe. Não escute. Apenas ouça. Não toque. Sinta.
Acredite naquilo que quiser. Não adianta sonhar se você não lutar.
O mundo é um espelho. Não seja apenas um reflexo. Só acreditando no futuro, você conseguirá a paz para alcançar seus sonhos. Afinal, o que importa? Você importa. Acredite em você”!
São comoventes os relatos de pessoas cuja vida registra vivências dolorosas como sobreviventes de holocausto, mas que conseguiram desenvolver capacidade de perdão para não enlouquecer e sobreviver à dor.
E cada um tem suas próprias impressões, viveu seus próprios horrores e, como tal, precisa ser respeitado.
O mesmo vale para pessoas que infelizmente tomaram medidas extremas. Não podem ser simplesmente julgadas. Precisam, antes de qualquer coisa, de compaixão e de respeitoso silêncio.
Ninguém pode avaliar (e compreender) o inferno que vive muitas pessoas, durante longo tempo, sem que alguém percebesse o sofrimento e lhe dirigisse um olhar de ternura!
E é por isso que muitas vidas terminam antes do tempo, com dor e sofrimento para quem fica, de mãos vazias e envolto no mistério da existência humana.
O saudoso Presidente Roman Herzog, da Alemanha, em memorável discurso, afirmou: “Acreditemos, ao menos uma vez, em nós mesmos. Então, teremos os melhores dias de nossa vida pela frente”.
Não podemos viver como se tivessem roubado nossos sonhos. Estes só pertencem a nós mesmos.
São nossas utopias e, sem elas, a gente não vive. Utopia pertence à essência da vida de cada um. Não é algo inalcançável, mas é aonde queremos chegar. E, para alcançá-la, precisamos, primeiramente, acreditar em nós mesmos!
* OSVINO TOILLIER – Professor, escritor e Presidente do SINEPE/RS
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