A recuperação paralela tende a ser, na verdade, um desserviço que a escola presta para os seus alunos. A instituição oferece um instrumento para promover a aprendizagem, os alunos a veem como motivo para acomodação.
Nesta época do ano letivo, as escolas vivem apuradas na operacionalização da recuperação paralela.
Aulas extras, reproduções na xerografia, necessidade de monitores para aplicação das provas, alunos que terminam a avaliação e permanecem na escola, etc. Todo um stress por conta de um resultado que, normalmente, não passa de 25% de aproveitamento.
Albert Einstein disse, certa vez, que “é uma insanidade querer resultados diferentes com as mesmas práticas”.
Nossas escolas costumam colecionar algumas insanidades. A recuperação paralela é uma delas. Tenho visto as escolas sem saber o que fazer para aprimorar este processo, diante das dificuldades de calendário, escassez de verbas e dos alunos que nada ou muito pouco se dedicam nestas atividades.
Quando pergunto por que não eliminam ou não reduzem estas atividades, a resposta é sempre a mesma, a de que “o Estado exige!”
E o que fazer quando a inovação esbarra no “Estado”? Os Supervisores de Ensino, legalistas que são e com medo de errar, sempre respondem “não pode!”, mesmo quando pode; na dúvida, eles puxam o freio!
Uma boa alternativa é a sugestão do Sieeesp: pedir que respondam as consultas sempre por escrito e exigir a citação das bases legais, a fim de minimizar as interpretações pessoais e reacionárias.
Imediatistas que são na busca do lúdico e gostoso, sempre, não se propõem a fazer hoje o que pode ser deixado para amanhã. Neste contexto, o número de oportunidades que visualizam pela frente é um dos fatores determinantes para se acomodarem.
Entenda-se como oportunidades: o curso já é dividido em anos; o ano, em bimestres (ou trimestres); os conteúdos de um período, em duas ou mais provas; recuperação final, etc. Já existem muitas oportunidades! Atividades de recuperação deveriam ser no menor número possível ou não existir.
Acompanho o Colégio Franciscano São Miguel Arcanjo , em São Paulo, que até manteve a recuperação paralela, mas aboliu a recuperação final , de dezembro, com as “bênçãos” da Supervisora de Ensino.
Até porque em lugar algum está escrito que a escola é obrigada a oferecer recuperação final. Os alunos foram devidamente orientados e estão estudando mais.
Portanto, o que deveria estimular o estudo dos alunos acaba sendo um estímulo para que prestem menos atenção nas aulas, façam menos lições de casa e estudem menos.
A oportunidade da recuperação ilude o aluno que, depois, vê acumuladas as provas de recuperação e a continuidade dos novos conteúdos.
Facilmente, não obtém avanços em nenhuma das duas exigências. E quando os resultados de uma classe forem muito positivos, neste processo, vale a pena investigar com que seriedade o professor o conduziu.
Ou se os alunos não estão dizendo na porta da escola que “na recuperação, tudo é mais fácil”!
Na vida real, fora dos muros da escola, o ano não é dividido em bimestres ou trimestres, a média não é somente 5,0 ou 6,0 e nem existem recuperações.
Muito menos estarão por perto aqueles professores que selecionam e reduzem os conteúdos, facilitam a recuperação e indicam trabalhos “para ajudar na nota”.
Na administração da escola, algumas decisões precisam ser pensadas na perspectiva dos resultados desejados e do perfil do aluno. Não parece ter sido o caso da recuperação paralela.
A divisão do ano letivo é outro exemplo. Na ótica do professor, o trimestre é a melhor divisão. Considerando o perfil dos adolescentes e a necessidade que eles têm de feedbacks mais freqüentes, a divisão em bimestre é a mais indicada.
Enfim, é possível inovar e obter melhores resultados, muitas vezes, sem aumentar os recursos. Aliás, outro paradigma a ser quebrado: melhorias dependem de recursos!
Em serviços, grandes passos podem ser dados simplesmente com mudanças de procedimentos.
Daí a importância da liderança pensar fora da “caixinha”, pois fazer gestão significa fazer mudança. E se o gestor não promove mudança, não é gestor, é só um fiscalizador.
Tobias Ribeiro http://www.tobiasribeiro.com.br/artigo_interna.php?id=590&id_secao=1
Nesta época do ano letivo, as escolas vivem apuradas na operacionalização da recuperação paralela.
Aulas extras, reproduções na xerografia, necessidade de monitores para aplicação das provas, alunos que terminam a avaliação e permanecem na escola, etc. Todo um stress por conta de um resultado que, normalmente, não passa de 25% de aproveitamento.
Albert Einstein disse, certa vez, que “é uma insanidade querer resultados diferentes com as mesmas práticas”.
Nossas escolas costumam colecionar algumas insanidades. A recuperação paralela é uma delas. Tenho visto as escolas sem saber o que fazer para aprimorar este processo, diante das dificuldades de calendário, escassez de verbas e dos alunos que nada ou muito pouco se dedicam nestas atividades.
Quando pergunto por que não eliminam ou não reduzem estas atividades, a resposta é sempre a mesma, a de que “o Estado exige!”
E o que fazer quando a inovação esbarra no “Estado”? Os Supervisores de Ensino, legalistas que são e com medo de errar, sempre respondem “não pode!”, mesmo quando pode; na dúvida, eles puxam o freio!
Uma boa alternativa é a sugestão do Sieeesp: pedir que respondam as consultas sempre por escrito e exigir a citação das bases legais, a fim de minimizar as interpretações pessoais e reacionárias.
Imediatistas que são na busca do lúdico e gostoso, sempre, não se propõem a fazer hoje o que pode ser deixado para amanhã. Neste contexto, o número de oportunidades que visualizam pela frente é um dos fatores determinantes para se acomodarem.
Entenda-se como oportunidades: o curso já é dividido em anos; o ano, em bimestres (ou trimestres); os conteúdos de um período, em duas ou mais provas; recuperação final, etc. Já existem muitas oportunidades! Atividades de recuperação deveriam ser no menor número possível ou não existir.
Acompanho o Colégio Franciscano São Miguel Arcanjo , em São Paulo, que até manteve a recuperação paralela, mas aboliu a recuperação final , de dezembro, com as “bênçãos” da Supervisora de Ensino.
Até porque em lugar algum está escrito que a escola é obrigada a oferecer recuperação final. Os alunos foram devidamente orientados e estão estudando mais.
Portanto, o que deveria estimular o estudo dos alunos acaba sendo um estímulo para que prestem menos atenção nas aulas, façam menos lições de casa e estudem menos.
A oportunidade da recuperação ilude o aluno que, depois, vê acumuladas as provas de recuperação e a continuidade dos novos conteúdos.
Facilmente, não obtém avanços em nenhuma das duas exigências. E quando os resultados de uma classe forem muito positivos, neste processo, vale a pena investigar com que seriedade o professor o conduziu.
Ou se os alunos não estão dizendo na porta da escola que “na recuperação, tudo é mais fácil”!
Na vida real, fora dos muros da escola, o ano não é dividido em bimestres ou trimestres, a média não é somente 5,0 ou 6,0 e nem existem recuperações.
Muito menos estarão por perto aqueles professores que selecionam e reduzem os conteúdos, facilitam a recuperação e indicam trabalhos “para ajudar na nota”.
Na administração da escola, algumas decisões precisam ser pensadas na perspectiva dos resultados desejados e do perfil do aluno. Não parece ter sido o caso da recuperação paralela.
A divisão do ano letivo é outro exemplo. Na ótica do professor, o trimestre é a melhor divisão. Considerando o perfil dos adolescentes e a necessidade que eles têm de feedbacks mais freqüentes, a divisão em bimestre é a mais indicada.
Enfim, é possível inovar e obter melhores resultados, muitas vezes, sem aumentar os recursos. Aliás, outro paradigma a ser quebrado: melhorias dependem de recursos!
Em serviços, grandes passos podem ser dados simplesmente com mudanças de procedimentos.
Daí a importância da liderança pensar fora da “caixinha”, pois fazer gestão significa fazer mudança. E se o gestor não promove mudança, não é gestor, é só um fiscalizador.
Tobias Ribeiro http://www.tobiasribeiro.com.br/artigo_interna.php?id=590&id_secao=1
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