Fontes externas
Especialistas aconselham pais a orientar os filhos, desde crianças, sobre o manejo do dinheiro. Isso permitirá que as gerações formem mais cedo uma consciência de valor .
“Eduque as crianças e não precisará punir os homens” é um ditado aplicável à vida financeira, segundo orientam especialistas em finanças pessoais.
É na infância que as pessoas adquirem os hábitos que irão ditar a relação com o dinheiro pelo resto da vida. Por isso, os pais devem adicionar esse ensinamento aos demais.
O Natal que está se aproximando, é uma data indicada para começar essa orientação. Dar muitos presentes ou atender a todos os pedidos dos filhos não é bom negócio.
“A criança tem que fazer escolhas. Os pais devem dizer: você quer isto ou aquilo? Isto e aquilo não pode.
É preciso educar financeiramente, como fazem ao orientar a criança a estudar ou a praticar esportes.
Maus hábitos na infância permanecem”, afirma o especialista em educação financeira Álvaro Modernell, autor de cinco livros voltados para as crianças — o sexto, com o título Quero ser rico, será lançado no mês que vem.
O Natal é uma boa data para começar. “Não tem por que o pai se endividar para dar um bom presente para o filho.
Quem não tem muito dinheiro pode fazer um passeio ou dar um brinquedo mais barato, mas aproveitar o dia para brincar com a criança”, orienta Modernell.
Os pais têm que dar um bom exemplo. “Pais consumistas ou que se endividam para comprar algo supérfluo, ou que compram por impulso, vão passar essa mensagem para os filhos. E os pais têm que ensinar a se planejar.”
A idade certa de começar a educar é quando a criança começa a pedir pelas coisas. “Os pais têm que mostrar que tudo exige um esforço, que dinheiro não cai do céu”, afirma a educadora financeira Silvia Alambert, gestora do projeto Money Gamp no Brasil — um programa norte-americano voltado para a educação financeira de crianças.
A jornalista Janete Saud ensinou que o consumismo exagerado não é sadio, mas algumas atitudes de seu filho Daniel, de seis anos, ultrapassam as orientações dos pais.
“Explico que ele não tem que comprar o que não precisa, que não pode ser muito consumista, mas algumas coisas ele faz por si só. Ele sempre traz troco de todo dinheiro que lhe damos”, conta. E Daniel aprendeu a lição, além de saber poupar — há poucos dias, perguntou à mãe como poderia fazer para ganhar dinheiro.
Ao ouvir a resposta de que só se ganha dinheiro trabalhando, não teve dúvida. Procurou uma ocupação. Esporadicamente, promove bazares para vender os brinquedos que não utiliza mais. Na última sexta-feira, arrecadou R$ 69,50 com os negócios.
Mas decidiu que quer uma ocupação regular e vai trabalhar passeando com os cachorros de seus vizinhos.
O primeiro cliente será o síndico de seu prédio, que já o autorizou a espalhar cartazes oferecendo seus serviços. A cada duas saídas, ganhará R$ 5. “Já tenho R$ 112 e quero comprar uma bicicleta nova. Quando começar a passear com os cachorros, vou ganhar mais dinheiro”, conta o menino.
Daniel Santana de Freitas também já descobriu uma forma de gerar renda. Aos 10 anos, negociou com os pais maneiras de ajudar em casa e, assim, juntar dinheiro para adquirir os bens que deseja.
Atualmente, ganha R$ 1 a cada vez que arruma sua própria cama nos fins de semana. Outra tarefa é ler uma página de livro por dia: assim, ganha mais R$ 1.
Com esses “bicos”, ele consegue agregar mais recursos à sua mesada, de R$ 20. E sabe gastar bem o próprio dinheiro, conta a mãe, a militar Rita de Cássia Gouveia de Santana.
“No início do ano, ele comprou um Playstation de R$ 500. Agora, voltou a economizar, o que é bom, porque vê que dinheiro não dá em árvore.
Quando entra em uma loja de brinquedos, ele mesmo faz as contas de quanto custa e se vale a pena ou não comprar.” A próxima aquisição será um jogo da moda, que custa R$ 158.“Todo mundo já sabe que estou juntando, então ganho dinheiro de aniversário, e não presente”, revela o garoto.
Mesada, uma opção
Uma boa estratégia é dar mesada ou semanada, orientam os educadores financeiros. “Dar dinheiro toda hora é deseducar, porque a gente não recebe dinheiro toda hora, recebemos uma vez por mês.
Tem que mostrar como funciona o dia a dia das pessoas”, ensina Silvia Alambert. O valor, de acordo com ela, deve ser calculado de acordo com as necessidades reais da criança.
E brinquedos só devem ser dados nas datas comemorativas. Se a criança os quiser em outros períodos do ano, deve utilizar o dinheiro que possui em poupança.
E, se a mesada acabar antes do período, os pais não devem completá-la. A criança precisa saber se programar, atenta a educadora. “A criança tem que entender que, se gastar tudo de uma vez, vai ficar sem dinheiro para o resto do mês. Tem que ser como ocorre na vida adulta: se estouramos o orçamento, temos que fazer contorcionismo no restante do mês. Se precisarem dar mais dinheiro, caso ela tenha gasto o dinheiro da merenda, por exemplo, os pais têm que explicar e descontar o valor adiantado no mês seguinte”, afirma Silvia.
Por Mariana Flores - Publicação: 11/10/2009
Correio Braziliense - Brasília – DF
http://www.edufinanceira.com.br
“Eduque as crianças e não precisará punir os homens” é um ditado aplicável à vida financeira, segundo orientam especialistas em finanças pessoais.
É na infância que as pessoas adquirem os hábitos que irão ditar a relação com o dinheiro pelo resto da vida. Por isso, os pais devem adicionar esse ensinamento aos demais.
O Natal que está se aproximando, é uma data indicada para começar essa orientação. Dar muitos presentes ou atender a todos os pedidos dos filhos não é bom negócio.
“A criança tem que fazer escolhas. Os pais devem dizer: você quer isto ou aquilo? Isto e aquilo não pode.
É preciso educar financeiramente, como fazem ao orientar a criança a estudar ou a praticar esportes.
Maus hábitos na infância permanecem”, afirma o especialista em educação financeira Álvaro Modernell, autor de cinco livros voltados para as crianças — o sexto, com o título Quero ser rico, será lançado no mês que vem.
O Natal é uma boa data para começar. “Não tem por que o pai se endividar para dar um bom presente para o filho.
Quem não tem muito dinheiro pode fazer um passeio ou dar um brinquedo mais barato, mas aproveitar o dia para brincar com a criança”, orienta Modernell.
Os pais têm que dar um bom exemplo. “Pais consumistas ou que se endividam para comprar algo supérfluo, ou que compram por impulso, vão passar essa mensagem para os filhos. E os pais têm que ensinar a se planejar.”
A idade certa de começar a educar é quando a criança começa a pedir pelas coisas. “Os pais têm que mostrar que tudo exige um esforço, que dinheiro não cai do céu”, afirma a educadora financeira Silvia Alambert, gestora do projeto Money Gamp no Brasil — um programa norte-americano voltado para a educação financeira de crianças.
A jornalista Janete Saud ensinou que o consumismo exagerado não é sadio, mas algumas atitudes de seu filho Daniel, de seis anos, ultrapassam as orientações dos pais.
“Explico que ele não tem que comprar o que não precisa, que não pode ser muito consumista, mas algumas coisas ele faz por si só. Ele sempre traz troco de todo dinheiro que lhe damos”, conta. E Daniel aprendeu a lição, além de saber poupar — há poucos dias, perguntou à mãe como poderia fazer para ganhar dinheiro.
Ao ouvir a resposta de que só se ganha dinheiro trabalhando, não teve dúvida. Procurou uma ocupação. Esporadicamente, promove bazares para vender os brinquedos que não utiliza mais. Na última sexta-feira, arrecadou R$ 69,50 com os negócios.
Mas decidiu que quer uma ocupação regular e vai trabalhar passeando com os cachorros de seus vizinhos.
O primeiro cliente será o síndico de seu prédio, que já o autorizou a espalhar cartazes oferecendo seus serviços. A cada duas saídas, ganhará R$ 5. “Já tenho R$ 112 e quero comprar uma bicicleta nova. Quando começar a passear com os cachorros, vou ganhar mais dinheiro”, conta o menino.
Daniel Santana de Freitas também já descobriu uma forma de gerar renda. Aos 10 anos, negociou com os pais maneiras de ajudar em casa e, assim, juntar dinheiro para adquirir os bens que deseja.
Atualmente, ganha R$ 1 a cada vez que arruma sua própria cama nos fins de semana. Outra tarefa é ler uma página de livro por dia: assim, ganha mais R$ 1.
Com esses “bicos”, ele consegue agregar mais recursos à sua mesada, de R$ 20. E sabe gastar bem o próprio dinheiro, conta a mãe, a militar Rita de Cássia Gouveia de Santana.
“No início do ano, ele comprou um Playstation de R$ 500. Agora, voltou a economizar, o que é bom, porque vê que dinheiro não dá em árvore.
Quando entra em uma loja de brinquedos, ele mesmo faz as contas de quanto custa e se vale a pena ou não comprar.” A próxima aquisição será um jogo da moda, que custa R$ 158.“Todo mundo já sabe que estou juntando, então ganho dinheiro de aniversário, e não presente”, revela o garoto.
Mesada, uma opção
Uma boa estratégia é dar mesada ou semanada, orientam os educadores financeiros. “Dar dinheiro toda hora é deseducar, porque a gente não recebe dinheiro toda hora, recebemos uma vez por mês.
Tem que mostrar como funciona o dia a dia das pessoas”, ensina Silvia Alambert. O valor, de acordo com ela, deve ser calculado de acordo com as necessidades reais da criança.
E brinquedos só devem ser dados nas datas comemorativas. Se a criança os quiser em outros períodos do ano, deve utilizar o dinheiro que possui em poupança.
E, se a mesada acabar antes do período, os pais não devem completá-la. A criança precisa saber se programar, atenta a educadora. “A criança tem que entender que, se gastar tudo de uma vez, vai ficar sem dinheiro para o resto do mês. Tem que ser como ocorre na vida adulta: se estouramos o orçamento, temos que fazer contorcionismo no restante do mês. Se precisarem dar mais dinheiro, caso ela tenha gasto o dinheiro da merenda, por exemplo, os pais têm que explicar e descontar o valor adiantado no mês seguinte”, afirma Silvia.
Por Mariana Flores - Publicação: 11/10/2009
Correio Braziliense - Brasília – DF
http://www.edufinanceira.com.br
0 comentários:
Postar um comentário