sábado, 22 de dezembro de 2012

SENTINDO O NATAL



 Mais uma vez chega o Natal... Desta vez, as ideias e palavras não aparecem e eu me permito apenas sentir...

Quantas sensações me invadem. O tempo passa rápido, Senhor, e as pessoas se afastam da paz e da harmonia que Teu nascimento oferece.

Sinto um cansaço perante o conviver cada vez mais individualista em que mergulha a humanidade. O coração da Terra sangra rebelde, devido a desigualdades étnicas e sociais em vários lugares do planeta. E, às vezes, parece que até a natureza se rebela em maremotos, furacões e febres, ou pelo fantasma de uma possível pandemia  à semelhança de um grito de socorro para tanta falta de amor...

Senhor é o dia de teu nascimento que chega, e acredito que uma das razões essenciais de termos o Natal é a necessidade de reconciliação e da prática do perdão.

Hoje, começo a compreender o que disseste ao apóstolo Pedro, quando este perguntou: "Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?" A Tua resposta foi: "Não te digo eu até sete, mas setenta vezes sete”.
  
Já houve um tempo em que esta metáfora me causava espanto e adaptá-la à vida era algo utópico. Mas, Senhor, olhando hoje o mundo e os homens, seus conflitos, seus desvios e intolerâncias, como ter paz sem perdão?

Por isso, Senhor, quero que este Natal seja, em especial, um momento de libertação interior, um momento de reconciliação comigo mesma, com minha família, com quem já me feriu e com a vida.
  
Que a flexibilidade e o equilíbrio se aliem à justiça em meus julgamentos para que eu possa, de verdade, festejar Teu nascimento.

E, se não for pedir muito, Senhor, que a esperança persista em muitos corações, para que a humanidade reconheça seus erros e possa se perdoar...
                      
 Elisabeth Salgado
                   

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