Mais uma vez chega o Natal... Desta vez, as ideias
e palavras não aparecem e eu me permito apenas sentir...
Quantas sensações me invadem. O tempo passa
rápido, Senhor, e as pessoas se afastam da paz e da harmonia que Teu nascimento
oferece.
Sinto um cansaço perante o conviver cada vez mais
individualista em que mergulha a humanidade. O coração da Terra sangra rebelde,
devido a desigualdades étnicas e sociais em vários lugares do planeta. E, às
vezes, parece que até a natureza se rebela em maremotos, furacões e febres, ou
pelo fantasma de uma possível pandemia à semelhança de um grito de socorro
para tanta falta de amor...
Senhor é o dia de teu nascimento que chega, e
acredito que uma das razões essenciais de termos o Natal é a necessidade de
reconciliação e da prática do perdão.
Hoje, começo a compreender o que disseste ao
apóstolo Pedro, quando este perguntou: "Senhor, até quantas vezes pecará
meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?" A Tua resposta foi:
"Não te digo eu até sete, mas setenta vezes sete”.
Já houve um tempo em que esta metáfora me causava
espanto e adaptá-la à vida era algo utópico. Mas, Senhor, olhando hoje o mundo
e os homens, seus conflitos, seus desvios e intolerâncias, como ter paz sem
perdão?
Por isso, Senhor, quero que este Natal seja, em
especial, um momento de libertação interior, um momento de reconciliação comigo
mesma, com minha família, com quem já me feriu e com a vida.
Que a flexibilidade e o equilíbrio se aliem à
justiça em meus julgamentos para que eu possa, de verdade, festejar Teu
nascimento.
E, se não for pedir muito, Senhor, que a esperança
persista em muitos corações, para que a humanidade reconheça seus erros e possa
se perdoar...
Elisabeth Salgado
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