“Qual o tipo mais perfeito que
Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?"
"Jesus". Livro dos Espíritos, questão 625.
A magia da cor está no ar, verde,
vermelho e luzes multi coloridas enfeitam a paisagem do orbe terrestre.
Compras vão e vêm, prazos e metas
a cumprir, estresse e ansiedade na corrida para o Natal e o Ano Novo. E todo
ano é assim.
As vibrações transformam de fato
o dia a dia dos estagiários deste orbe em tempos tão festivos e coloridos.
Podemos aproveitar deste cenário e destas vibrações para nutrirmos nossa mente,
nosso coração, nosso espírito ainda errante. Em Roma do Imperador Aureliano no
ano de 274 D.C., comemorava-se o Natalis Solis Invicti – renascimento do sol.
A igreja católica não tardou a
contrapor e criou o Natal de Cristo, o verdadeiro sol da justiça, oficializado
em 440 no dia 25/12. Com o intuito de arrebatar os pagãos ao catolicismo.
O tempo passou, a festa cresceu e
junto com as aquisições intelectuais veio o consumismo exacerbado e os excessos
de toda ordem.
Chega então o Ano Novo, aleluia.
Tudo recomeça novas oportunidades, acabou a dor e a tristeza do ano que se
findou, no entanto, nada muda se seguirmos com os conceitos antigos e com as
práticas habituais. Vamos recomeçar?
Temos um lar, também o alimento,
temos uma família, atenção não nos falta, carinho e amor também temos. Temos a
saúde, a fé e a esperança em dias melhores. Louvamos ao Senhor pela
oportunidade bendita do estágio na escola terra. Que alegria servirmos e sermos
servidos.
Temos fé, nossa que bom. E a
esperança aliada a vontade de melhorar nos move rumo ao aprendizado. Senhor vos
suplicamos – tende piedade de nós. Nós que somos tão necessitados de
indulgência, ensine-nos a perdoar aos ofensores.
Ensina-me Senhor a sorrir, a
servir, a amar e a calar. Por misericórdia Pai, ajude-me a extirpar o egoísmo e
o orgulho – causa de todos os meus males.
Lembro-me do seu ensinamento
quando por Matheus nos alertou: vigiai e orai para não serdes experimentados,
porque o espírito está pronto, mas a carne, ainda é fraca. E quando deixo meus
impulsos primitivos tomar conta de mim, me desconheço, me transformo – que
vergonha sinto de mim.
Então percebo o quanto o homem
velho está presente em mim, cheio de conceitos e preconceitos equivocados. Pai
ajude-me a matar o homem velho, vos imploro quão pequeno sou. Tudo ao meu
tempo, tudo a minha forma e na menor contrariedade o ser primitivo em mim
grita.
Ao admirar a beleza da paisagem
enfeitada de cor, luz e alegria me fazem pensar no meu irmão que não tem um
teto, na criança que não tem pai, na família que não tem o sustento financeiro
e me pergunto – qual o sentido do Natal para eles? A fome faz doer a barriga, a
autoestima está baixa pelas dificuldades e a vergonha toma o ser peregrino no
orbe de aprendizado. Anda de cabeça baixa, olhos voltados ao chão e quando se
dirige a mim, vejo que não tem brilho, não tem alegria, não tem esperança.
E eu, voltado aos excessos e as
convenções sociais no orgulho latente de fazer por mim primeiro. De que adianta
estourar o meu cartão, encher uma mesa de comida e bebida se o meu coração pede
mais. Pede para que eu olhe além de mim. Pede misericórdia e compaixão aos
desvalidos da própria sorte.
O que posso fazer pelo outro?
Como ajudá-lo?
E então Senhor envergonhado volto
para ti na súplica para que o novo homem renasça a fim de semear o amor, a
esperança e a alegria onde tiver dor e lágrima.
Ensina-me ó Pai a semear o
amor, me ensina a ser cristão. Ensine-me a fazer ao outro o que desejo a mim.
Ensina-me Jesus de Nazaré a semear o amor, a fé, a esperança e a paciência em
meu lar, morada primeira do meu espírito aprendiz.
Ensina-me a olhar o que
penso ser meu inimigo com compaixão e solidariedade.
Ensina-me ó Pai a fazer uma prece
de todo o meu coração, pois o disseste em Mateus que tudo o que pedi, obterei e
então porque eu não obtenho?
Não sei pedir? Não mereço?
É preciso colocar o coração a
ação? É preciso fazer o bem sem olhar a quem? É preciso fazer sem esperar
receber nada em troca?
De joelhos Senhor o louvo na
oportunidade bendita da redenção e com o coração ao alto vos agradeço pelo que
tenho, pelo que recebo e pela vontade, ainda que pequena de fazer o bem, de
aprender a ser bom, de semear a luz para não ficar na escuridão da alma. Quiçá
Senhor, na ignorância de mim mesmo.
Que seja Natal todos os dias, que
sejam todos os dias iluminados e coloridos em nosso coração, em nossa mente, em
nosso lar, em nosso trabalho e em todos os lugares que somos convidados a
conviver.
Que eu possa ver a tua imagem
Jesus na figura do meu ofensor, podendo assim me calar e perdoar quando o meu
orgulho estiver ultrajado.
Que eu possa como bem tratado por
André Luiz, dispensar aos meus familiares a mesma cordialidade que dispenso aos
amigos.
Que possa ser eu honesto em meus
propósitos, em meus compromissos. Que eu desenvolva o bom olho de ver.
Que eu possa aprender o valor do
sorriso e da gratidão. Que eu aprenda Senhor, o amor incondicional, aquele de
fazer o bem sem olhar a quem.
E então seguindo as passadas do
modelo maior que Deus nos enviou, possa rumar triunfante ao meu destino – a
perfeição.
Somente assim ouvirei no imo
d’alma e entenderei a saudação inesquecível dos anjos, na noite excelsa:
‘Glória a Deus no mais alto dos
céus e na terra paz aos homens de boa vontade’ (Lc 2,14)
- Vivendo um Natal de bênçãos por
amor a Jesus.
Autor: Rosângela Pires
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