terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Que seja Natal todos os dias



“Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?" "Jesus". Livro dos Espíritos, questão 625.

A magia da cor está no ar, verde, vermelho e luzes multi coloridas enfeitam a paisagem do orbe terrestre.

Compras vão e vêm, prazos e metas a cumprir, estresse e ansiedade na corrida para o Natal e o Ano Novo. E todo ano é assim.

As vibrações transformam de fato o dia a dia dos estagiários deste orbe em tempos tão festivos e coloridos. Podemos aproveitar deste cenário e destas vibrações para nutrirmos nossa mente, nosso coração, nosso espírito ainda errante. Em Roma do Imperador Aureliano no ano de 274 D.C., comemorava-se o Natalis Solis Invicti – renascimento do sol.

A igreja católica não tardou a contrapor e criou o Natal de Cristo, o verdadeiro sol da justiça, oficializado em 440 no dia 25/12. Com o intuito de arrebatar os pagãos ao catolicismo.

O tempo passou, a festa cresceu e junto com as aquisições intelectuais veio o consumismo exacerbado e os excessos de toda ordem.

Chega então o Ano Novo, aleluia. Tudo recomeça novas oportunidades, acabou a dor e a tristeza do ano que se findou, no entanto, nada muda se seguirmos com os conceitos antigos e com as práticas habituais. Vamos recomeçar?

Temos um lar, também o alimento, temos uma família, atenção não nos falta, carinho e amor também temos. Temos a saúde, a fé e a esperança em dias melhores. Louvamos ao Senhor pela oportunidade bendita do estágio na escola terra. Que alegria servirmos e sermos servidos.

Temos fé, nossa que bom. E a esperança aliada a vontade de melhorar nos move rumo ao aprendizado. Senhor vos suplicamos – tende piedade de nós. Nós que somos tão necessitados de indulgência, ensine-nos a perdoar aos ofensores.

Ensina-me Senhor a sorrir, a servir, a amar e a calar. Por misericórdia Pai, ajude-me a extirpar o egoísmo e o orgulho – causa de todos os meus males.

Lembro-me do seu ensinamento quando por Matheus nos alertou: vigiai e orai para não serdes experimentados, porque o espírito está pronto, mas a carne, ainda é fraca. E quando deixo meus impulsos primitivos tomar conta de mim, me desconheço, me transformo – que vergonha sinto de mim.

Então percebo o quanto o homem velho está presente em mim, cheio de conceitos e preconceitos equivocados. Pai ajude-me a matar o homem velho, vos imploro quão pequeno sou. Tudo ao meu tempo, tudo a minha forma e na menor contrariedade o ser primitivo em mim grita.

Ao admirar a beleza da paisagem enfeitada de cor, luz e alegria me fazem pensar no meu irmão que não tem um teto, na criança que não tem pai, na família que não tem o sustento financeiro e me pergunto – qual o sentido do Natal para eles? A fome faz doer a barriga, a autoestima está baixa pelas dificuldades e a vergonha toma o ser peregrino no orbe de aprendizado. Anda de cabeça baixa, olhos voltados ao chão e quando se dirige a mim, vejo que não tem brilho, não tem alegria, não tem esperança.

E eu, voltado aos excessos e as convenções sociais no orgulho latente de fazer por mim primeiro. De que adianta estourar o meu cartão, encher uma mesa de comida e bebida se o meu coração pede mais. Pede para que eu olhe além de mim. Pede misericórdia e compaixão aos desvalidos da própria sorte.

O que posso fazer pelo outro? Como ajudá-lo?

E então Senhor envergonhado volto para ti na súplica para que o novo homem renasça a fim de semear o amor, a esperança e a alegria onde tiver dor e lágrima. 

Ensina-me ó Pai a semear o amor, me ensina a ser cristão. Ensine-me a fazer ao outro o que desejo a mim. Ensina-me Jesus de Nazaré a semear o amor, a fé, a esperança e a paciência em meu lar, morada primeira do meu espírito aprendiz. 

Ensina-me a olhar o que penso ser meu inimigo com compaixão e solidariedade.

Ensina-me ó Pai a fazer uma prece de todo o meu coração, pois o disseste em Mateus que tudo o que pedi, obterei e então porque eu não obtenho?
Não sei pedir? Não mereço?

É preciso colocar o coração a ação? É preciso fazer o bem sem olhar a quem? É preciso fazer sem esperar receber nada em troca?

De joelhos Senhor o louvo na oportunidade bendita da redenção e com o coração ao alto vos agradeço pelo que tenho, pelo que recebo e pela vontade, ainda que pequena de fazer o bem, de aprender a ser bom, de semear a luz para não ficar na escuridão da alma. Quiçá Senhor, na ignorância de mim mesmo.

Que seja Natal todos os dias, que sejam todos os dias iluminados e coloridos em nosso coração, em nossa mente, em nosso lar, em nosso trabalho e em todos os lugares que somos convidados a conviver.

Que eu possa ver a tua imagem Jesus na figura do meu ofensor, podendo assim me calar e perdoar quando o meu orgulho estiver ultrajado.

Que eu possa como bem tratado por André Luiz, dispensar aos meus familiares a mesma cordialidade que dispenso aos amigos.

Que possa ser eu honesto em meus propósitos, em meus compromissos. Que eu desenvolva o bom olho de ver.

Que eu possa aprender o valor do sorriso e da gratidão. Que eu aprenda Senhor, o amor incondicional, aquele de fazer o bem sem olhar a quem.

E então seguindo as passadas do modelo maior que Deus nos enviou, possa rumar triunfante ao meu destino – a perfeição.

Somente assim ouvirei no imo d’alma e entenderei a saudação inesquecível dos anjos, na noite excelsa:
‘Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens de boa vontade’ (Lc 2,14)

- Vivendo um Natal de bênçãos por amor a Jesus.

Autor: Rosângela Pires

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