segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Saiba envelhecer melhor



Um estudo publicado em agosto pelo "Journal of Happiness Studies", dos Estados Unidos concluiu que a partir dos 48 anos, os homens tendem a se sentir mais felizes com suas vidas do que as mulheres. A pesquisa foi feita durante anos e colheu dados do próprio país.

A vida familiar e a situação financeira são os maiores fatores que contribuem para a satisfação humana. Segundo a psicoterapeuta Maura Albanesi, pós-graduada em Psicoterapia Corporal, a questão da menopausa também influencia nestes dados: "A menopausa é capaz de afetar e mudar o humor da mulher. Isso também acontece com os homens. Geralmente ficam mais cabisbaixos quando passam pela andropausa, mas eles não sofrem as modificações físicas que as mulheres passam. Muitas mulheres ficam mais infelizes também por causa da forma do corpo, que nesta idade passa a ser mais arredondada", explica a especialista.

As mulheres americanas pesquisadas mostraram-se mais satisfeitas com suas situações familiares e finanças no inicio de suas vidas, dos 25 aos 30 anos. Os objetivos criados no inicio da vida fazem com que a mulher se sinta mais plena nesta idade. Com o tempo, esta satisfação tende a diminuir.

Segundo os pesquisadores Anke Plagnol, da Universidade de Cambridge, e Richard Easterlin, da University of Southern Califórnia, o nível de satisfação dos homens tende a aumentar com a idade, em específico após os 48 anos.

"Geralmente, algumas mulheres perdem o estimulo da vida. Já trabalharam o que puderam, tiveram filhos e os criaram. Chega a hora do "E agora?\\\\\\\', pois falta um objetivo mais amplo. Já com o homem, é diferente, pois geralmente nesta idade, ele está no ápice da carreira. A mulher passa então a procurar outras ocupações. Eu recomendo que se busque antigas aptidões, talentos e vontades que a pessoa tem e tudo aquilo que lhe fez bem um dia".

Para os pesquisadores, o fato das mulheres se casarem mais novas do que os homens influencia nestes resultados. Desta forma, a mulher se realiza mais cedo do que o homem, tanto na vida familiar, como financeiramente.

Com Carla Matino, a situação foi parecida: "Eu passei muito tempo desmotivada, apenas enfrentando a rotina do dia-a-dia. Eu estava triste, apagada, mas eu mesma não percebia e demorou para eu aceitar que precisava mudar. Bem ou mal, minha vida era cômoda, não era mais época de agito", contou a administradora de empresas. Foi então que Carla buscou outras ocupações. "Fui fazer trabalhos voluntários e foi ótimo para mim. Eu tive mais preocupações e vi o quão meus problemas eram pequenos", declarou ela.

No estudo realizado pelo "Journal of Happiness Studies", foram considerados dados que mediram as conquistas feitas durante a vida de ambos os sexos, tanto no casamento, como na vida familiar e no campo material. A boa sucessão com filhos também é um fator abrangente nestes casos. Dentre as realizações consideradas, estão considerados bens de consumo desejados pela maioria das pessoas, como casa própria, carro na garagem, viagens e casa de férias.

O estudo acusou que por volta dos 64 anos, as mulheres demonstram estar menos satisfeitas com sua vida familiar do que os homens. No campo financeiro, a queda da satisfação começa por volta dos 43 anos, enquanto os homens estariam menos realizados no início de suas vidas.

De certa forma essa infelicidade pode estar ligada ao estresse ao sedentarismo. Este fato está diretamente conectado com a modernidade. A mulher de hoje em dia sofre muito mais cobranças do que de tempos atrás, pois geralmente cumprem uma dupla jornada. São donas de casa e profissionais ao mesmo tempo. Ao longo dos anos, essa rotina acaba as desgastando, pois poucas conseguem atingir a meta estipulada por elas mesmas.

"Na vida adulta, as pessoas esquecem de cultivar o lazer e os amigos vão ficando distantes. Quando a vida desacelera, ela volta a procurar os amigos e fica deprimida quando percebe que tomou rumos diferentes e eles não estão mais lá. Faça mais amigos, selecione e cultive, pois fazem bem para o coração. Se concentrar apenas na família é muito pouco. São os amigos que ajudam a tolerar crises no casamento, por exemplo. Depois volta para casa, beija e abraça", finalizou a especialista.

Por: Helena Dias
Agência MBPress

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