"Para haver conflito, bastam
duas pessoas." Esta máxima aplica-se a todos os tipos de relacionamentos.
Se entre um casal, que são pessoas que supostamente se amam, podem ter
dificuldades, conflitos; imagine então sendo cinco, vinte ou cem pessoas. As
probabilidades de atrito aumentam na proporção direta da quantidade de pessoas
envolvidas. Choques de interesses individuais, grupais e organizacionais,
extravasamentos de medo, ansiedades e frustrações, falta de inteligência
emocional, luta pelo poder e pelo status quo, hábitos prejudiciais, neuroses e
mudanças estruturais, essas são as principais causas de conflito entre
funcionários. O ambiente escolar é
também, um espaço onde ocorrem muitos conflitos e exige dos educadores
habilidade para resolver ou administrar os conflitos existentes.
Definição de papéis,
estabelecimento de metas em comum e política de incentivo e acompanhamento de
ações diminuem consideravelmente a possibilidade de conflito. Diminuem, mas não
eliminam, pois o ser humano é caracteristicamente dinâmico e inquieto em
relação a interesses e emoções.
Então, já que os conflitos, cedo
ou tarde, em pequenas ou grandes proporções, acabarão fatalmente surgindo, não
se trata de perguntar o que fazer para abafá-los, mas o que fazer para
administrá-los. Abafar o conflito equivale a varrer a sujeira para debaixo do
tapete, acreditando que a limpeza foi feita. Mas, ela continua lá embora
oculta, e com o tempo não haverá mais como esconder o excesso de sujeira
acumulada. Portanto, administrar o conflito é uma atitude positiva e madura que
deve ser adotada por todas as gestões.
E, embora possa parecer
paradoxal, nem todos os conflitos são necessariamente ruins. Muitos deles
funcionam como agentes catalisadores de esforços e idéias. Outros propiciam até
melhoria de relacionamento entre as partes, depois de resolvido o confronto.
Por que se administram conflitos? Administram-se conflitos por vários motivos:
para manter as pessoas motivadas, para alcançar metas dentro do grupo, para
facilitar o trabalho em equipe e para poder gerenciar mudanças.
DEZ SUGESTÕES DE ATITUDES PARA
UMA BOA ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS:
1) Buscar a solução do conflito.
2) Analisar a situação e buscar
alternativas de solução:
- QUAL é realmente o problema?
- O QUE aconteceu?
- QUEM está envolvido?
- Desde QUANDO vem ocorrendo?
- ONDE aconteceu o desentendimento
(em que departamento, setor, área geográfica)?
- POR QUE ocorreu o conflito?
- Poderia ter sido evitado?
- Que opções você julga mais
plausíveis para resolver o conflito.
3) Manter um clima de respeito.
4) Aperfeiçoar a habilidade de
ouvir e falar.
5) Concentrar-se no problema ou
comportamento e não na personalidade das pessoas.
6) Procurar uma solução onde
todos ganhem. Não precisa haver um perdedor e um ganhador.
7) Agir proativamente, sempre no
sentido de eliminar conflitos.
8) Evitar preconceitos e ser
imparcial.
9) Manter a calma e o foco.
10) Reconhecer seus erros, quando
estiver errado.
" Por trás de toda pessoa que fere tem
alguém ferido." Tenho contribuído
para aumentar ou diminuir os conflitos onde convivo? Sou alguém confiável? A minha palavra é
sempre pautada na verdade dos fatos? Administro minhas emoções em meio aos
conflitos? É preciso as pessoas virem a
mim para mostrar meus erros ou faço uma autoavaliação e busco melhorar a cada
dia?
Busquemos em Deus a capacidade de visualizar
as verdades e aprender a administrar a nós mesmos e consequentemente aos
conflitos, com os quais convivemos. Tudo começa em nós! Quando aprendo
administrar meus conflitos internos tenho grandes chances de aprender
administrar positivamente os conflitos com outras pessoas. Este é o desafio:
viver bem consigo e consequentemente, com as pessoas ao nosso redor. Acusar
sempre os outros é uma fuga. Se estou sempre envolvido em conflitos preciso
avaliar a minha postura e mudá-la. Somos seres sociais e coletivamente devemos
viver. Imagine uma pessoa que vive envolvida em "fofocas", confusões,
embates, falatórios, descontrole, gritarias... e ainda diz que é
"vítima", que todos são contra ela.
Devemos estar preparados
emocionalmente, agindo com atitudes de equilíbrio, autoconhecimento e
crescimento pessoal, ampliando a percepção das próprias emoções, favorecendo
envolvimentos mais empáticos e sadios, o que só trará benefícios. Afinal, para
lidar bem com as emoções dos outros precisamos conhecer nossas próprias
emoções, ter controle do temperamento,
adaptabilidade, persistência, amizade, respeito, amabilidade e empatia.
Aprender administrar conflitos é
parte do aprendizado educativo no dia a dia, pois "o ser humano é aquilo
que aprende, sobretudo o que aprende para saber conviver e ser, para ser mais
humano e mais feliz."
Edileide Castro
Pedagoga, Psicanalista
Clínica, Escritora, Consultora e Palestrante.
www.edileidecastro.com
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