domingo, 16 de maio de 2010

Os professores como geradores de riquezas

Se os jovens são os futuros geradores de riquezas para o País e consequentes melhores condições de vida para o povo, que dizer, então, do trabalho daqueles que preparam esses jovens: os professores?

A escola tem se especializado em transmitir conhecimentos do passado, experiências que deram certo antes, num mundo totalmente diferente de hoje. Ela se preocupa muito mais com o conhecer, reproduzir informações, no mais das vezes, por decoreba, que com o real aprender.

O professor hoje tem que assumir papel diferente do que desempenhava na pedagogia tradicional. A sua instrução e a sua avaliação devem ser dirigidas para os processos mentais superiores necessários à adaptabilidade, e não para processos superficiais de simples assimilação, armazenamento e reprodução de informações (conteúdos).

O professor tem que usar a Psicologia que aprendeu, ou que deveria ter aprendido, colocando em prática uma pedagogia voltada para maior integração entre a avaliação e a intervenção nos processos cognitivos de seus alunos. 

Devem compreender as suas próprias emoções e motivações, o seu ego, para poder avaliar o potencial de seus alunos, e interpretando as mudanças e estando bem seguros, cientificamente comprovado, que eles podem ter mais sucesso como aprendizes. Neste ponto, a Emotologia ajuda sobremodo.

Quanto aos alunos com dificuldades de aprender, os professores devem estar aptos a fazer um primeiro diagnóstico, sanando as dificuldades simples que puderem, evitando o Efeito Pigmaleão, isto é, evitando aceitar prognósticos de outros e preconceitos de si mesmos sobre o potencial de seus alunos.

A função do professor é, em primeiro lugar, criar as condições para que os alunos aprendam. É claro que os conteúdos são importantes, mas o fundamental é aprender a aprender, a desenvolver a auto-aprendizagem, porque alguns conteúdos perdem atualidade, enquanto as estratégias e processos de aprender se mantêm.

Embora os governantes não despertem para isso, o professor assume cada vez mais importância e papel de destaque na economia do País, pois suas funções crescem. 

Os pais, além de não estarem preparados, já não dispõem de tempo e de meios, inclusive sobre os processos cognitivos, para fazer da família um centro privilegiado de aprendizagem e desenvolvimento.

O professor hoje precisa transmitir formas de aprender e não só de conhecer. E essas formas de aprender estão relacionadas à educabilidade cognitiva, assunto que é objeto de nossos interesses, desde 1972, quando publicamos os livros, hoje esgotados, “A Atitude Consciente para a Criatividade” e “O Desenvolvimento das Potencialidades como Elementos de Autorrealização”.

Os Cursos “superiores” de Didática, de Pedagogia, sempre se voltaram para as informações (o input), ignorando a elaboração (troughput) e o produto (output). 

A educabilidade cognitiva preocupa-se com as três instâncias, com destaque para a elaboração (o processo de trabalhar as informações). Em outras palavras, o processo se classifica em:

a) como colher dados e informações;
b) como armazenar dados e informações;
c) o que fazer com os dados e informações;
d) como comunicar dados e informações.

A educabilidade cognitiva está relacionada à estrutura do intelecto que, segundo Guilford organiza-se em: cognição, memória, produção convergente, produção divergente e avaliação.

Se professores não estudaram o assunto da educabilidade cognitiva e, se apenas ouviram falar a respeito dele e não foram informados na extensão necessária para usar em suas aulas, deverão, então, fazer cursos específicos de complementação em instituições especializadas.

A separação habitual entre economia e a educação não pode se perpetuar, uma vez que está em causa o enriquecimento das competências de seus protagonistas.

Professor Luiz Machado, Ph.D.
Cientista Fundador da Cidade do Cérebro
Mentor da Emotologia

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