quarta-feira, 2 de setembro de 2009

CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA PARA A EDUCAÇÃO


CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA PARA A EDUCAÇÃO
*Francisco Caloia Alfredo

A atividade pedagógica requer sobretudo do professor e para o seu bom desempenho identificar, compreender e lidar com o comportamento do aluno.

A interação professor/aluno muitas vezes é permeada por fatores subjetivos que exige do professor socorrer-se da psicologia nas mais diversas acepções para melhor se posicionar.

Isso mostra a educação por si só não pode dar ao aluno a compreensão da resolução das situações que o envolvem no processo inacabável da aprendizagem. Por este motivo, e não só, várias contribuições da psicologia se congregam para os fundamentos da educação.

A psicologia da educação nos dias de hoje deve preocupar muito ao professor pelo seu papel desafiador no quotidiano e pela procura da compreensão da dimensão estrutural da menta do aluno.

O encadeamento e reflexões em torno de algumas teorias brotaram no presente artigo, com alguns subtemas.

1. O DESENVOLVIMENTO E SUA RELAÇÃO COM A APRENDIZAGEM

Para muitos autores, a aprendizagem afigura-se como sendo o núcleo da psicologia.

Tudo porque, é a aprendizagem que determina o nosso pensamento, a nossa linguagem, as motivações, as atitudes, a personalidade.

Por esta razão é evidente que o desenvolvimento humano (mente) dependa da aprendizagem, sem ela deixa-se de aperfeiçoar ou amadurecer as qualidades que nos são peculiares.

Praticamente todo o nosso pensamento e comportamento foram aprendidos. A aprendizagem pode ser adaptativa ou desadaptativa, consciente ou inconsciente, manifesta ou observável. Sentimentos e atitudes são certamente aprendidos como fatos e competências.”(Sprinthall).

O psicólogo Skinner (1904 – 1990) estudando o condicionamento operante e levando as suas investigações a cerca da lei do efeito afirma que “a aprendizagem é uma associação entre o estímulo e a resposta resultante de um ato do sujeito”.

Considerando também o desejo humano, o mesmo influência o que é chamado aprendizagem social, nisso estamos em presença de uma aprendizagem por observação. Monteiro e dos Santos (2002) dizem que “grande parte das aprendizagens humanas estão baseadas na observação: o processo de socialização passa necessariamente pela observação, imitação e identificação com os modelos sociais (pais, professores, amigos…)”.

Existem vários tipos de aprendizagens que concomitantemente, jogam um papel significativo no desenvolvimento humano.

Independentemente dos vários tipos de aprendizagem ao nosso, não se deve ignorar alguns fatores que podem diretamente ou indiretamente influenciar o desenvolvimento humano. Por exemplo, no caso de uma criança, a cultura dos pais, o meio ou o convívio social, o poderio econômico dos pais, a escola que freqüenta, criam situações diferenciadas de aprendizagem. Este processo mobiliza um conjunto de situações que eivam a própria personalidade do próprio.

2. DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE DO ALUNO NOS SEUS ASPECTOS: AFETIVO, COGNITIVOS, SOCIAL E MENTAL

A palavra personalidade tem origem no termo latino persona, que significa máscara.

Os atores de teatro antigo, concretamente da tragédia grega, usavam uma máscara durante toda a representação permitindo aos espectadores reconhecerem, a personalidade das diferentes personagens.

Em Monteiro e dos Santos (2006) constatamos que a personalidade é o elemento relativamente estável da conduta de uma pessoa, a estrutura que subjaz à constelação das características de cada um de nós.

Portanto, a personalidade é o que nos torna unos, distinguindo-nos de todos os outros.

Depreendemos (Monteiro e dos Santos 2006) que a personalidade acompanha e reflete a maturação psicóloga e esta se avalia por características como a autonomia, a capacidade de comunicação interpessoal, a expressão das idéias e dos afetos e a construção de projetos de vida.

O processo de maturação obtém-se através dos conflitos, gratificações afectivas, frustrações, realização, coisas com que nos confrontamos.

O desenvolvimento da personalidade do aluno é resultante de um conjunto de fatores. De entre outros o fator social.

Deste modo, é evidente que o núcleo central da sociedade (a família) joga um papel preponderante, na medida em que o aluno (membro da família restrita) convive maior parte do seu tempo.

Um aluno está exposto a um processo de socialização, enquanto convive com a família, os grupos, a escola (aqui neste caso os colegas e professores). O tipo de ambiente que estes meios proporcionam influencia a personalidade do aluno. Dali a chamada de atenção, sobretudo aos professores da sua conduta, do seu perfil, não só como exemplo de cidadão, mas também como segundo pai ou mãe, apregoando-se das responsabilidades do qual se reflete um modelo a seguir.

É óbvio, atualmente muitos professores abdicaram-se das suas responsabilidades como educadores exemplares.

Quer queiramos ou não, as atitudes, o comportamento do professor joga um papel influenciador na personalidade do aluno. Muitas vezes dá-se o caso aluno ser mais imitador do professor do que dos seus pais ou familiares direto. O aluno precisa mais de exemplos práticos do que falados.

3. FATORES FISIOLÓGICOS, COGNITIVOS, MOTIVACIONAIS E SOCIAIS DA APRENDIZAGEM

A aprendizagem surge de forma rápida e lenta, voluntária e involuntária. E que independentemente dos fatores que encabeça este subtema, existem outros fatores que podem ser considerados subjetivos ou até mesmo objetivos que influenciam a aprendizagem do aluno.

Focalizar uma vez mais, o conceito que é atribuído a aprendizagem, Monteiro e dos Santos (2006), dizem que “a aprendizagem é uma mudança relativamente estável e duradoura do comportamento e do conhecimento. Esta mudança do comportamento está relacionada com o exercício e a experiência, com a descoberta.”

Já Fraisse (1957) define a aprendizagem como “uma atitude que modifica as possibilidades de um ser vivo de maneira duradoura.”
Scamitz apud Piletti, C. (2006) descreve a aprendizagem como sendo “um processo de aquisição e assimilação, mais ou menos, consciente, de novos padrões e novas formas de perceber, ser, pensar e agir.”

As definições propostas apresentam elementos convergentes e particulares de acordo a um contexto ou realidade a que se propõe.

Entretanto, algumas palavras afiguram-se básicas nestas definições: mudança, atividade, e processo de aquisição e assimilação.

Se quiser estabelecer uma relação, pode-se levantar uma questão. Será que as palavras eleitas para caracterizar a aprendizagem encontram enquadramento nos fatores fisiológicos, cognitivos, motivacionais e sociais da aprendizagem?

Percebemos que o desenvolvimento fisiológico consiste no crescimento de estruturas, do sistema nervoso neste caso particular e obviamente não se tem uma maturação fisiológica de modo geral e o sistema nervoso em particular, tornam-se irrealizáveis, por exemplo, algumas ações.

Olhando para Piaget percebe-se que é necessário que se obedeçam a determinados estruturas intelectuais para que se possam concretizar certa aprendizagens.

E falar do fator cognitivo como pressuposto para aprendizagem implica a abrangência na aquisição de conhecimento e informações. A aprendizagem das regras gramaticais, por exemplo, é uma aprendizagem cognitiva.

De uma forma geral, aprendemos algo com muito mais facilidade quando para tal estamos movidos ou motivados. De contrário a nossa motivação é passiva.
Quando nasce em nós um desejo, uma necessidade de agir para alcançar um determinado objetivo, assim diz que estamos motivados.

Para Monteiro e dos Santos (2006), há dois fatores motivacionais para a aprendizagem “os fatores internos (motivação intrínseca), relacionam-se com o prazer de realização da atividade, por se inserir num projeto pessoal pela auto-realização, pelo prazer de aprender.

Os fatores externos (motivação extrínseca) podem construir incentivos para a aprendizagem, avaliação, recompensas, elogios, ganhos obtidos e castigos evitados.”

A motivação é encarada de curto e longo prazo. São apontados como fatores sociais influenciadores na aprendizagem: a escola, a organização político-econômica, a religião, os interesses, os valores, enfim.

Ainda de acordo com Monteiro e dos Santos (2006) “a escola, enquanto instituição com práticas educativas, conteúdos curriculares, normas e processos de socialização, linguagem e outras formas de expressão, está mais perto da cultura de origem de determinadas crianças – concretamente os dos meios sócio-culturais favorecidos.”

Estes autores responsabilizam cada vez mais o professor como o figurino do qual se desenvolvem personalidades e atitudes.

Outrossim, os professores devem atuar pedagogicamente tendo em conta os diferentes meios familiares e sociais de origem das crianças ou dos alunos, primando por uma dimensão heterogenia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A aprendizagem não surge apenas de forma consciente, onde alguém se encarrega em transmitir algum saber para outrem, mas também, de forma inconsciente, ou seja, pela influência social quotidiana. Por isso é que muitas vezes se diz que aprendi sem ser ensinado. Uma vez mais, é importante perceber que as nossas ações falam mais alto que as nossas palavras..

O comportamento humano joga um papel preponderante para o conhecimento do comportamento de um indivíduo. Isto implica dizer, que há uma aproximação entre os pensamentos destes acadêmicos: John Waston e Ivan Pavlov, pois, conhecer um indivíduo implica conhecer o seu comportamento.

A psicologia está inseparavelmente liga a educação, para ajudar a entender os pressupostos da própria educação de tal maneira que se construa a cada momento um homem todo, percebendo-o, sobretudo mentalmente.

Toda a educação, a aprendizagem são dependentes da motivação que cada um de nós carrega. A isso voltamos no Estímulo (E) e Resposta (R).

*Professor, Licenciado em Didática do Ensino do Francês Língua Estrangeira.
Mestrando em Educação

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