O ano letivo começou, e então
você já deve estar pensando, “começa tudo de novo, e terei os mesmos problemas
que tive no ano anterior”. Bem, se essa é a sua atual visão das coisas, quero
lembrar que a definição de loucura é “fazer tudo do mesmo jeito e esperar que o
resultado saia diferente”. Assim sendo, se você fizer exatamente o que fez no
ano passado, certamente colherá os mesmos resultados ao longo deste novo ano.
Ocorreram problemas de indisciplina?
Baixo aprendizado? Se a resposta foi SIM para uma das perguntas ou para ambas
então você precisa repensar a sua prática atual! E a melhor maneira de fazer
isso é perguntar-se: “como os meus alunos estão chegando? quem são eles? O que
eles já sabem? O que precisam aprender? como eles poderão aprender melhor?”.
Lembre-se que o Planejamento não
é sobre você ou suas necessidades. Quem dita o quê e o como, são os alunos. São
as necessidades DELES que precisam ser atendidas. Para isso é preciso
investigar e encontrar as respostas para as perguntas que foram feitas
anteriormente.
A ferramenta que você usará para
responder a essas perguntas é realizando a Avaliação Diagnóstica. Não importa a
matéria que você leciona, ou o grau de ensino. Quer seja no Infantil,
Fundamental, Médio, Técnico ou EJA, a Avaliação Diagnóstica presta-se ao mesmo
objetivo: diagnosticar, verificar e levantar os pontos fracos e fortes do aluno
em determinada área de conhecimento.
É importante frisar que,
infelizmente, muitos Professores utilizam apenas prova escrita para a
realização desta avaliação. Quando na verdade existem mil e uma maneiras de
realizar este levantamento de forma que os resultados sejam mais verdadeiros
que aqueles levantados em uma mera prova escrita.
Esta avaliação não se restringe
apenas ao início do ano letivo, porém deve ser usado ao longo do processo de
aprendizado, para isso lance mão de dinâmicas, jogos, debates, desafios,
apresentações, vídeos, produções musicais, construção de maquetes, resolução de
problemas, brincadeiras, criação de blogs, fórum, etc.
Quando utilizada no início do ano
letivo a avaliação diagnóstica fornece dados para que o planejamento seja
ajustado e contemple intervenções para retomada de conteúdos, ou realização de
encaminhamentos para reforço escolar, e até mesmo para Especialistas
(Psicólogo, Fonoaudiólogo, Psicopedagogo), e quando feita ao longo do ano
possibilita que tanto o aluno quanto o Professor possam refletir sobre a
utilização de novas estratégias de aprendizado.
Jamais os dados da avaliação
devem ser usados para classificar ou rotular o aluno em “aluno bom” ou “ aluno
ruim”. O Professor deve ter em mente que a avaliação oferece um momento de
aprendizado para ambos, professor e aluno. Enquanto Professor é possível
verificar quais estratégias estão ou não funcionando, além de ser possível
constatar quais hipóteses os alunos estão levantando na internalização e
construção de determinado conceito.
Já para o aluno, com o devido
feedback do professor, torna possível a
compreensão e mensuração do conhecimento adquirido e quais hipóteses são
verdadeiras ou falsas, para que o aluno possa descartar as falsas hipóteses e
fique focado naquelas que o levarão ao aprendizado do conceito estudado. O
feedback do professor lança a luz, clareando
os chamados “ pontos cegos” em
que o aluno se encontra tornando possível, assim, o avanço para a etapa
seguinte do processo.
Nesta etapa a avaliação
inicialmente diagnóstica, evolui para uma avaliação formativa, onde o processo
de descoberta que induz a novas elaborações de aprendizado, sempre mediadas
pelo professor, é o que de fato importa e conta.
A Avaliação Formativa é o tipo de
avaliação que deveria prevalecer dentro das Escolas, por ser mais justo e
atender de fato às necessidades dos alunos. Infelizmente, o que vemos é o uso
da avaliação somativa, cujo único objetivo é meramente alcançar determinada
nota para “passar” de ano, os alunos são rotulados pelas notas que alcançam e
não são auxiliados onde de fato precisam de ajuda.
Por isso, antes de chegar “ditando”
o que você irá ensinar, comece em “ perguntando” o que os alunos já sabem para
levantar o que eles de fato “precisam” aprender.
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