No processo de educação, o grande
mérito dos pais é burilar o caráter dos seus filhos, de uma maneira informal. É
ir sedimentando nos corações infantis os valores morais e os sentimentos nobres.
Para isso, existem algumas dicas
importantes. A primeira: nunca digamos para uma criança Não faça isso, sem lhe
dar outra coisa para fazer.
Educar é corrigir. Corrigir é
substituir uma forma de reação inconveniente por uma adequada. A criança tem
prazer na ação. Para desviá-la da que não convém, é importante lhe sugerir a
ação conveniente, a fim de não privá-la do prazer de agir.
Assim, em vez de falarmos: Não
desça a escada correndo, digamos Desça os degraus um de cada vez. Vá devagar. A
ordem é positiva e não impede a ação da criança de descer a escada.
Não digamos que uma coisa é ruim
apenas porque incomoda. A qualificação de uma coisa em boa ou ruim é importante
para a criança, na formação de sua capacidade de julgamento.
Se a coisa é ruim, é necessário
dizer o motivo, de modo compreensível para a criança. E essa razão deve estar
na coisa em si e não somente porque desagrada o adulto.
Não interromper o que uma criança
está fazendo, sem avisá-la com antecedência.
A criança tem prazer na ação, insistimos.
Interromper, de repente, algo que ela esteja fazendo, lhe causará violenta
emoção.
Observemos como o bebê reage,
chorando, quando alguém simplesmente vem e lhe arranca das mãos o brinquedo com
que ele se distraía.
Conversemos sempre, expliquemos.
E não pensemos que a criança não entende. Respeitemo-la.
Quando estiver no parquinho, e
for o momento de ir embora, não digamos simplesmente Acabou, vamos embora.
Avisemos uns minutinhos antes,
dando-lhe tempo, por exemplo, para uma última descida pelo escorregador. Ou
apanhar com calma os brinquedos na areia. E se despedir dos amiguinhos com os
quais brincava.
Dessa forma, haverá menos choro e
mais tranquilidade. A criança sentirá que tem certo domínio sobre o tempo,
enquanto lhe estamos repassando também a lição da responsabilidade, pois ela
terá que respeitar o trato feito.
Finalmente, não prometamos o que
não desejemos cumprir. Para a criança, prometer é começar a realizar.
Se a promessa não se cumprir,
haverá uma frustração. Ela sentirá como se tivesse sido privada de alguma coisa
e isso dá origem à descrença.
Deixará primeiro de crer nos
pais. E, ao crescer, passará a ter a mesma descrença com as pessoas com as
quais se relacionar, transformando-se em um adulto desconfiado e solitário.
* * *
Pais e mães: abençoemos nossos
filhos, a cada manhã, a cada anoitecer, com nosso carinho e cuidados.
Orientemos os nossos pequenos
para que cumpram seus nobres destinos na Terra, honrando a confiança do Criador
ao nos destinar ao lar suas criaturas.
Mantenhamos nossos rebentos, sob
nossos cuidados, um pouco mais, ensinando-lhes, desde cedo, as noções do
respeito, da disciplina e do amor.
Abençoemos nossos filhos com a
correta educação, preparando-os para serem felizes desde hoje.
Redação do Momento Espírita, com
base no cap. 12, do livro Vereda familiar, pelo Espírito Thereza de Brito,
psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter e no texto Os dez mandamentos para pais
e mestres, do Encontro Estadual sobre a família, da Federação Espírita do
Estado do Rio Grande do Sul, de 26 a 27 de abril de 1997.
Em 22.1.2013.
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