Se para existir escola é preciso
que exista prioritariamente a família, por que tantas escolas insistem em
manter as famílias distantes? Por que muitos professores, coordenadores,
orientadores educacionais e até diretores, procuram manter os pais ausentes do
ambiente escolar?
A família e a escola devem ter
objetivos com foco em comum no que diz respeito a educação das crianças e
adolescentes. Como saber dos objetivos se não houver relacionamento? A parceria
se dá pelo relacionamento aberto, franco, íntegro, consistente, pelos objetivos
definidos entre os adultos que educam, pela capacidade para ouvir, refletir e
redirecionar a partir de valores emocionais, morais e espirituais.
Quando um
pai ou mãe matricula um aluno na escola, ele deve no mínimo, saber quem
responde por aquela instituição e qual o canal de comunicação que existe entre
a escola e a família. Não há mais espaço para escolas que querem ser
"ilhas", onde os pais não têm acesso, escolas que se acham
onipotentes e autossuficientes, que não conquistam, não orientam e nem se
relacionam com os pais. Para obter sucesso na educação das crianças e
adolescentes é necessário investir também na educação dos pais.
Ouvi de uma senhora com cerca de
65 anos: "No meu tempo o povo tinha limite e não tinha escola; o povo hoje
tem escola e está sem limite. Parece que a família está entregando os filhos
para a escola e a escola não está recebendo" A percepção desta senhora é
verdadeira, é preciso interromper o ciclo vicioso das palavras não cumpridas,
dos relacionamento superficiais, da incoerência entre o que se diz e o que se
faz, tanto da parte da escola quanto da família.
Se você é pai ou mãe:
Você sabe o
nome dos professores dos seus filhos?
Você já teve algum contato pessoal com
este professor?
Quando percebe alguma mudança de comportamento dos filhos, você
entra em contato com a escola para conversar sobre o que está acontecendo?
Você
sabe a quem procurar?
Você acredita na escola e busca soluções para conflitos,
sem apontar erros e falhas da escola para seus filhos?
Você tem liberdade para
questionar pacificamente alguma postura ou procedimento que considerou
inadequado dentro da escola?
Você conhece a proposta político-pedagógica?
Se
você respondeu SIM a todas estas questões, possivelmente você tem um bom relacionamento
com os educadores da escola.
Se você está na escola
(professor, coordenador pedagógico, orientador educacional, supervisor, diretor
ou qualquer outra função):
Você conhece e trata as crianças e adolescentes pelo
nome?
Você conhece as famílias?
Quando percebe alguma mudança de comportamento
em seus alunos, após intervenções pessoais, você entra em contato com a família
para conversar sobre o que está acontecendo?
Você sabe a quem procurar da
família?
Nas reuniões com pais, você orienta ao invés de criticar e apontar
falhas?
Você conhece a proposta político-pedagógica da escola que trabalha e
tem atitudes coerentes com a mesma?
Se você respondeu SIM a todas estas
questões, possivelmente você tem contribuído para um bom relacionamento entre
sua escola e os pais dos seus alunos.
Haver uma aliança entre pais e
professores é essencial, produtivo e eficaz. A própria escola tem de mostrar
coesão e transparência, trabalhando em equipe, entre si, e em relação à família
de seus alunos. A Escola pode dar o primeiro passo, pela própria base de
formação da qual é portadora.
É importante ter em mente que as reuniões de pais
e mestres não são para falar mal ou bem do aluno, ou do filho, e sim reportar
seus progressos e dificuldades, discutindo melhorias ou soluções de problemas.
Pais e escola devem educar juntos (e não separados) para um bem maior.
A
criação de um verdadeiro cidadão, construtor de um futuro melhor para as
próximas gerações, depende desta aliança, do relacionamento e da confiança
mútua entre família e escola.
Nesse processo de construção os
pais e professores não devem ser vistos pelas crianças como pessoas ansiosas,
vítimas das circunstâncias, desamparadas e descontentes, sofredoras e
desprovidas de fé. Assim, será construído, na infância, o caminho do exemplo. A
família e a escola são parceiras na construção deste caminho. Não se dá
felicidade aos filhos ou alunos, mas pode-se ser exemplo de felicidade, de
resiliência, de empreendedorismo, de elevada autoestima, de automotivação e de
amor a vida e ao Autor da vida!
O exemplo faz toda a diferença,
como diz Albert Schweitzer "Dar o exemplo não é a melhor maneira de
influenciar os outros. - É a
única."
Edileide Castro
Pedagoga, Psicanalista Clínica,
Escritora, Consultora e Palestrante.
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