Você pode ajudar seu filho a ser
aceito pelas outras crianças sem que, para isso, tenha que negar os próprios
valores.
A partir dos 8 anos, a criança
torna-se mais independente dos pais e procura relações novas fora da família.
Na companhia dos amigos, começa a perceber quem é e do que é capaz. Com o
grupo, ela aprende a seguir regras, a manter segredos, a falar e a escutar, a
negociar, a ser leal. Será preciso fazer concessões em vez de querer que as
coisas aconteçam a seu modo. Nessa fase, ocorre uma aprendizagem social, que
será de grande utilidade na vida adulta.
O grupo tem suas regras, sua
maneira de vestir e de falar. Para ser admitido, é necessário ser e agir como
os outros. É a pressão do grupo. Em função disso, seu filho poderá viver
situações de conflito, em que os companheiros valorizam comportamentos
contrários aos valores dele e de sua família. Como colaborar para resolver o
problema?
Ser seletiva?
Mesmo que não goste do novo corte
de cabelo de seu filho, da música que estão ouvindo, da gíria da moda,
controle-se e não dê palpites. Se você começar a criar caso com qualquer coisa,
ele logo deixará de ouvi-la. Mas, se ele for pressionado ou estiver
pressionando outros a tomar atitudes perigosas ou anti-sociais, você deverá
interferir. Assim, se o grupo decidir que só é legal quem bebe e fuma ou quem tem
coragem de agir como vândalo, é hora de entrar em cena.
Uma hipótese: os amigos de Luís,
um garoto de 10 anos, acham legal provar bebida alcoólica. Para conquistar
pontos diante dos amigos, ele abre o bar de sua casa à turma. Os pais percebem
que houve consumo extra de bebida e desconfiam de outros moradores da casa,
como a empregada. Só então ele conta a verdade. Luís sentiu necessidade de
exibir-se, fazendo alguma coisa que sabia ser proibida. Nessa idade, a criança
deve ser responsabilizada por suas ações e essa atitude exige punição, como o
corte de algum privilégio. Mas ele merece elogios por dizer a verdade.
Essa é uma boa oportunidade para
seu filho aprender a equilibrar seus valores com os dos companheiros. Juntos,
vocês podem criar estratégias que o ajudem a lidar com as pressões do grupo sem
ter que negar os próprios princípios.
Se perceber que ele está
pressionando os outros, tome também uma atitude. Caso escute-o falar ao
telefone usando frases rudes ou cruéis, por exemplo, você deve interferir.
Ajude-o a ser aceito
· Deixe-o vestir-se igual, falar
igual, brincar igual, receber a mesma mesada e outros privilégios da média das
crianças com quem ele convive.
· Seja hospitaleira e amigável
quando ele trouxer um amigo para casa.
· Convide aquele garoto do qual
ele quer se aproximar (e não aquele de quem você gostaria que ele ficasse
amigo) para ir com vocês ao teatro ou fazer um passeio.
· Se sentir que seu filho está
tendo dificuldades em fazer amizades na escola, fale com a professora. Ela também
pode ajudá-lo a se entrosar com o grupo.
http://mdemulher.abril.com.br
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