Tremores intensos e rigidez
muscular são os principais sintomas da doença.
Doença neurodegenerativa
caracterizada por tremores intensos e rigidez dos membros superiores e
inferiores, o Mal de Parkinson atinge, em geral, pessoas com idade acima dos 55
anos e tem como causa principal problemas de origem emocional, como ansiedade e
angústia.
O Mal, que acometeu
personalidades como o ex-pugilista norte-americano Muhammad Ali e o ator
brasileiro Paulo José, não tem cura e requer tratamento multidisciplinar com
uso de antidepressivos e terapias alternativas para amenizar os traumas
emocionais. São poucos os casos em que a doença atinge adultos jovens, como
aconteceu com o ator canadense Michael J.Fox, que assumiu a doença aos 30 anos
de idade.
"O Parkinson é a doença dos
sofredores crônicos. Não adianta apenas tratar os sintomas com remédios. O
ideal é saber a causa do sofrimento e agir sobre ela, só assim os sintomas
serão amenizados de maneira satisfatória", explica Cícero Coimbra,
neurologista da Unifesp.
Mal de Parkinson
O que é ?
É uma doença neurodegenerativa
provocada pela perda de células nervosas presentes na região da substância
negra do cérebro. Essa região é responsável pelos estímulos dos movimentos,
funcionando como uma espécie de facilitadora dos mecanismos de ação e reação do
nosso organismo. Se há uma redução do número de células, há uma alteração
desses mecanismos e acontecem os tremores e a rigidez característicos da
doença. "A pessoa deixa de responder por seus movimentos, de acordo com o
estágio da quadro clínico", explica Cícero Coimbra.
Parkinson
Principais causas
A hereditariedade pode ser uma
das causas da doença, porém, a principal causa do Mal de Parkinson encontra
respaldo nas alterações emocionais do organismo.
"A dor emocional provoca
um aumento na produção de salsolinol, substância que mata as células nervosas
responsáveis pelo controle dos movimentos. Situações traumáticas, ansiedade,
angústia, cobrança excessiva e pessimismo aumentam a produção dessa substância
e são grandes indicadores de um possível paciente com Mal de Parkinson",
explica o neurologista.
São raros os casos em que a
hereditariedade é a responsável pelo problema e, quando isso acontece,
geralmente os pacientes são jovens, como é o caso do ator Michael J.Fox.
"Quando a causa é genética, o paciente apresenta uma predisposição maior a
produção excessiva do salsolinol, por isso a doença se manifesta ainda na
juventude", explica Cícero.
A ingestão de aminas
heterocíclicas, compostos presentes em carnes vermelhas, também pode promover
um aumento na produção do salsolinol, mas não há comprovação científica de que
ela seja uma causa considerável da doença.
Sintomas
Os sintomas que caracterizam o
Mal de Parkinson são os tremores intensos e a rigidez muscular, porém, a
intensidade e a região afetada por eles variam de acordo com o estágio da
doença em que o paciente se encontra. São essas:
Fase 1: em sua primeira fase, a
doença atinge só um lado do corpo.
Fase 2: atinge os dois lados do
corpo, e os sintomas podem aparecer inclusive na região da linha média do corpo
(coluna).
Fase 3: aparecem as primeiras
alterações no equilíbrio em consequência da rigidez muscular: "o paciente
se sente preso em uma armadura dura e pesada. Quando perde o equilíbrio, não
tem o apoio dos músculos do corpo, que o evitem de cair. Ele fica preso pela
rigidez muscular", explica Cícero.
Fase 4: o paciente passa a
necessitar de auxílio para desempenhar atividades simples do dia a dia, como os
cuidados pessoais: colocar roupas, pentear os cabelos e tomar banho tornam-se
tarefas difíceis.
Fase 5: a intensidade dos
tremores e da rigidez muscular impede o paciente de se levantar e até de
realizar atividades como comer. Fase 6: nos casos mais graves, pode ocorrer
demência.
Tratamento
Para o neurologista Cícero
Coimbra, o tratamento do Mal de Parkinson deve ser multidisciplinar, envolvendo
o uso de medicamentos antidepressivos e, principalmente, atividades
alternativas (terapia, exercícios e socialização) para estimular o paciente a se
livrar do sofrimento. "Temos que tratar a causa do sofrimento, escutar o
paciente e saber os reais motivos da dor emocional", explica o medico.
Três atitudes que podem auxiliar
no tratamento da doença
Nada de ficar recluso.
"Quanto mais tempo o paciente se fecha por vergonha dos sintomas, mais
deprimido ele ficará, e isso só piora a doença. Por isso, a melhor solução é
aceitar o problema e reagir", recomenda o neurologista.
Um exemplo de que
esta é a melhor fórmula para conviver bem coma o problema é o ator Paulo José,
de 68 anos, que mantém sua rotina de trabalho e não dá chance para a doença
avançar. Ele conta que até se mostra mais entusiasmado hoje, depois do
diagnóstico: "Na hora de trabalhar, não tenho Parkinson?", diz o
ator.
Família, médicos e amigos devem
mostrar ao paciente que é possível conviver com a doença. Fazer com que o
paciente se sinta útil e ativo o deixará mais estimulado a reagir à doença.
"Deixe-o fazer as coisas, ficar o tempo inteiro em cima faz com que se
sinta incapaz", recomenda o neurologista.
Praticar atividades alternativas,
como artesanato e pintura, ajuda a amenizar os sintomas e alivia o estresse
emocional. "A área do cérebro responsável pela concentração na hora de
executar estas atividades é a mesma que provoca os tremores. Se você usa essa
área para executar as atividades, diminui a produção dos tremores",
explica Cícero.
Por Natalia
do Vale
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