Há pessoas que não gostam quando falamos do passado comparando-o com os fatos do presente, mas sabemos da importância da história como base para tirarmos exemplos que são benéficos a nossa contemporaneidade.
Lembro que na época de estudante do ensino primário e secundarista, dos anos setenta aos anos oitenta, a educação era uma atividade dinâmica dentro da sociedade e a escola uma instituição respeitadíssima.
A escola e os professores eram respeitados em qualquer debate ou assuntos referentes aos dois e o governo investia consideravelmente no setor educacional. Creio que os alunos da escola atual ficariam com inveja se soubessem que nas décadas passadas nós tínhamos quatro meses de férias, isso mesmo, quatro meses; julho, dezembro janeiro e fevereiro tanto nas escolas particulares como nas públicas e o ensino tinha qualidade.
A escola publica era eficiente igualmente às escolas particulares. O nível de ensino poderia ser igual ou superior às escolas particulares. As filas eram enormes para se conseguir uma matrícula nas escolas públicas, as particulares não eram procuradas por ser paga, mas porque as públicas tinham a mesma qualidade de ensino ou sem medo de errar uma qualidade bem superior.
As escolas particulares tinham como clientes somente os ricaços, a elite abastada. Os programas que hoje mantém as escolas públicas são muito parecidos com os de antigamente, inclusive sempre existiu merenda escolar, só que de outras formas, com outro nome.
Ontem como hoje os recursos que existem são suficientes para manter as escolas publicas. Podem acreditar estudei numa escola pública que tinha ônibus do governo do estado para transporte de alunos, duas Kombi’s Perua, uma para a direção e outra transportavam professores e funcionários de suas casas para a escola, recursos materiais em abundancia, sobravam resmas de oficio.
As avaliações todas mimeografadas, o dinheiro corria frouxo nas escolas. Podiam cobrar uma taxa simbólica dos alunos, tanto para o bolso da farda como das provas e ainda uma contribuição para o caixa escola. Nas competições estudantis competíamos com as mesmas condições de material esportivo como bolas oficiais e em quantidade satisfatória para treinar as modalidades existentes, ternos esportivos completos e pasmem a escola publica era a única que tinha ginásio coberto e polivalente, uma das quadras mais procuradas de nossa cidade.
Nossos professores tinham status de autoridades. Ai de quem desrespeitasse um professor. Expulsão na certa da escola e na transferência constava a infração do aluno exemplificando o ato para quando chegar na outra escola sabe qual o motivo, caso fosse agressão ao professor geralmente esse aluno não era aceito. Geralmente só aceitavam esse tipo de alunos as escolas particulares. O inverso de hoje, tudo que é aluno indisciplinado jogam para a rede publica de ensino. Não vou fazer mais inveja aos que lêem esse texto, porem é tudo verdade, vivíamos no céu e não sabíamos.
Hoje é um Deus nos acuda, a escola publica é de fazer vergonha aos que precisam dela. Quem viveu no passado a educação e vive a realidade de hoje fica realmente horrorizado com o que vê. Escolas sucateadas, professores desvalorizados, submissos, despreparados, o clientelismo político determina o funcionamento da escola e comanda direção e professores, corrupção profunda sendo aceita pela comunidade escolar, viram o rosto esquivando-se da responsabilidade social para combater esse mal.
Violência, impunidade, trafico de drogas, assaltos constante ao patrimônio escolar fazem parte do nosso cotidiano. Ninguém fiscaliza ou toma providencias sérias com fiscalização, investigação e punição dos culpados. Quem perde e quem ganha com isso? Perdem todos que precisam de uma educação de qualidade para se preparar para a vida e ganham os Corruptos, políticos irresponsáveis, caloteiros, traficantes, ladrões e tudo que é cafajeste tirando o direito a uma educação digna para os menos favorecidos financeiramente.
Tudo é de propósito e orquestrado pelos corruptos e aceito por todos, uma lastima. Talvez sejam estes que não querem saber de como funcionava a escola antigamente, para a juventude atual não saber e se revoltar com a porqueira que estão recebendo como educação. Um aluno na década de sessenta quando terminava o colegial que hoje corresponde ao ensino médio tinha conhecimentos suficientes para se tornar um professor e hoje chegam vergonhosamente a concluir o ensino médio como semi-analfabetos. São poucos os que superam dando exemplos de perseverança.
TEM OLHOS E NÃO VÊEM, TEM OUVIDOS E NÃO OUVEM.
PROFESSOR WILLIAM PEREIRA DA SILVA
Encontrei esse texo no blog http://biaratesnoamazonas.blogspot.com e estou postando aqui para dividir com vocês, pois mesmo acreditando numa nova forma de educar, ele é bem verdadeiro.
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