Até 2025, o Brasil será o sexto
país do mundo com o maior número de pessoas idosas. Pelo menos segundo dados da
Organização Mundial de Saúde (OMS). Daí o alerta ao governo brasileiro para a
necessidade de se criar, o mais rápido possível, políticas sociais que preparem
a sociedade para essa realidade.
Enquanto esperamos a boa vontade
do governo em criar políticas sociais, que tal começarmos a fazer a NOSSA PARTE
tratando bem os Nossos Idosos Familiares e aqueles que estão mais próximos de
Nós???
O Natal se aproxima, reflitamos
muito sobre isso, pois todos seremos idosos um dia e com certeza vamos querer
ser bem tratados.
Dizem que sou um velho. Por
vezes, você passa por mim, com um grupo de amigos e ri do meu andar lento e
atrapalhado.
Você pode achar que eu não
percebo os seus risos. Contudo eles me ferem, porque eu gostaria de andar
rápido como fazia há tão pouco tempo. Mas as pernas não obedecem ao meu comando
com presteza.
Às vezes, não consigo distinguir
com clareza o letreiro do ônibus e acabo por tomar a direção errada.
Motorista, tenha um pouco de
paciência comigo. Reconheço que você tem horário a cumprir, que muitos reclamam
do seu desempenho, das suas freadas e da sua forma de dirigir.
Pense um pouco. Não errei por
querer lhe atrapalhar, simplesmente me enganei. Pense em quantas vezes você já
se enganou na vida e precisou da compreensão dos outros.
Explique-me onde descer, de
preferência aquele ponto que seja menos complicado para eu retornar ao lugar
onde estava e depois tomar o ônibus certo.
Ajude-me. Eu poderia ser seu avô,
a quem, com certeza, você trata com carinho e atenção.
Se eu tivesse um neto como você,
possivelmente não andaria sozinho pelas ruas. Ele me tomaria pela mão e me
guiaria, impedindo que eu corresse tantos riscos.
Ah, não esqueça. Quando eu
estiver atravessando a rua e o sinal abrir, espere um minutinho mais.
Não me apresse com buzina ou
arrancada brusca. Posso tentar ser mais rápido e cair.
Você que anda pela rua e é
indagado por mim a respeito de algum local, use de paciência.
Posso demorar um pouquinho para
desdobrar o papel que trago no bolso com o endereço exato de onde eu devo
chegar. Minhas mãos tremem e os dedos parecem rígidos.
Espere que eu pergunte e se eu
não entender, explique outra vez. Pense em quantas vezes você já pediu a seus
pais, seus professores, seus colegas que repetissem a explicação de algo que
você não entendeu.
Procure ser claro. Fale devagar.
Se possível, me acompanhe até o local mais próximo de onde eu devo chegar.
Você que está na fila do caixa
eletrônico, tenha calma. Preciso fazer tudo devagar. Afinal, ainda não consegui
assimilar as grandes mudanças da eletrônica.
Passar o cartão, guardar números
de memória, a tal da senha e digitar... Tudo é um tanto complicado. Eu consigo
fazer direitinho, se você me der um tempo.
Lembre: sou um idoso, hoje. Já
fui jovem, fui ágil, preciso, produtivo.
Também fui impaciente. O tempo me
ensinou a ter paciência comigo mesmo, pois já não consigo fazer tudo que
desejaria. E com os outros que não conquistaram ainda a paciência.
A comunidade que despreza os seus
idosos está longe do caminho da civilização. Mesmo que tecnologicamente
apresente avanços surpreendentes, se não alcançou o respeito à vida humana, aos
mais velhos, aos mais fracos, ainda necessita andar muito.
A mais elevada nação será aquela
que souber amparar o mais fraco. Que estabelecer programas de atendimento
especializado aos necessitados e primar pela atenção àqueles que se esforçaram
para que as leis fossem implantadas, a economia direcionada e a felicidade
florescesse nos corações da infância, da juventude e da madureza.
Redação do Momento Espírita.
Do site:
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3256&stat=0.
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