terça-feira, 13 de setembro de 2011

Credo do cuidador familiar



Cuidar de seu pai doente, de sua mãe, de sua avó ou de seu marido poderá ser não somente uma realidade que a vida nos proporciona, mas poderá ser também uma imposição ou mesmo um grande sacrifício. Ninguém se prepara para ser cuidador familiar, simplesmente acontece. Assim, o Credo do Cuidador Familiar deverá nortear o seu trabalho, mostrando todas as demandas e as dificuldades que encontrará, ciente de suas possibilidades, expectativas e aspirações. Você ficará melhor consigo mesmo e poderá auxiliar e amar mais o idoso que cuida. Leia-o com atenção e grave-o em seu coração:

Eu cuido muito bem de mim. Se não estou em boas condições de saúde física e psicológica, não poderei cuidar da pessoa idosa .
     
Eu aceito que cuidar de idoso envolve uma grande variedade de emoções, da raiva à alegria, do ressentimento à compaixão.
     
Eu aceito que os meus sentimentos, em relação ao idoso que cuido, não estão certos nem errados. Simplesmente, são tão naturais e inevitáveis como o ato de respirar.
    
Eu tenho o direito de receber consideração, afeto, perdão e aceitação do idoso que cuido, enquanto eu ofereço também estas qualidades em troca.
    
Eu devo pedir e aceitar ajuda de outras pessoas. Eu envolverei a minha família, os meus amigos e a comunidade no acompanhamento do idoso que cuido. Sei que não é minha função cuidar de tudo e fazer tudo sozinho.
     
Eu procuro sempre informações que podem ajudar-me como um cuidador. Eu reconheço que a informação é poder. Também reconheço que, quanto mais capacitação e informação eu obter, melhor será o cuidado com o idoso.
    
 Eu respeito as preferências e as decisões do idoso que estou cuidando. Eu ofereço ao idoso a dignidade, o carinho e cortesia que eu gostaria de receber, se a situação se invertesse. Eu tenho o direito de rejeitar qualquer tentativa do idoso (consciente ou inconsciente) para manipular-me através de culpa, raiva ou depressão.
     
Reconheço que a mudança – para bem ou para mal – é uma parte natural do processo de cuidar de um idoso. Eu me mantenho flexível e aberto à mudanças.
    
Eu celebro os pequenos êxitos e me permito lamentar as decepções. Eu compartilho os meus sentimentos com aquelas pessoas em quem confio.
     
Estou consciente de minhas próprias necessidades e de resguardar os meus direitos como um cuidador. Eu não permito que a minha função de cuidador possa atrapalhar outros aspectos da minha vida.
    
Eu me perdôo pelos meus defeitos e felicito-me pelo esforço e amor que eu coloquei no meu trabalho de cuidador de meu idoso querido e amado.

Márcio Borges
Geriatra - marcioborges@cuidardeidosos.com.br

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