domingo, 7 de junho de 2009

O vendedor de balões

Era uma vez um velho homem que vendia balões numa quermesse.
Evidentemente, o homem era um bom vendedor,
pois deixou um balão vermelho soltar-se e elevar-se nos ares,
atraindo, desse modo, uma multidão de jovens compradores de balões.

Havia ali perto um menino negro.
Estava observando o vendedor e, é claro apreciando os balões.

Depois de ter soltado o balão vermelho, o homem soltou um azul,
depois um amarelo e finalmente um branco.
Todos foram subindo até sumirem de vista.

O menino, de olhar atento, seguia a cada um.
Ficava imaginando mil coisas...

Uma coisa o aborrecia, o homem não soltava o balão preto.
Então aproximou-se do vendedor e lhe perguntou:

-- Moço, se o senhor soltasse o balão preto,
ele subiria tanto quanto os outros?

O vendedor de balões sorriu compreensivamente para o menino,
arrebentou a linha que prendia o balão preto
e enquanto ele se elevava nos ares disse:

-- Não é a cor, filho, é o que está dentro dele que o faz subir.

(Extraído do livro O ENIGMA DO ILUMINADO, de Anthony de Mello.)

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