Havia um homem judeu de nome
Mahum, que significa Também. Chamavam-no assim porque para tudo o que lhe
acontecesse, por pior que fosse ele afirmava, com toda convicção: Isto também é
para o bem!
Se a chuva lhe destroçasse o
jardim ou a enxurrada lhe destruísse o labor da horta, repetia sempre: Isto
também é para o bem.
E, sem titubear, colocava-se no
trabalho de reconstrução do jardim e da horta.
Se a enfermidade o alcançasse,
falava: Isto também é para o bem. Medicava-se e aguardava a recomposição das
forças físicas, retornando ao labor incessante.
Certa noite, Mahum precisou se
deslocar até à cidade vizinha.
Preparou seu burrico, que lhe
seria o meio de transporte, o galo que funcionava como seu relógio e
despertador, e uma lamparina para que lhe iluminasse o caminho.
Ela deveria servir, inclusive,
para que, antes de repousar no seio da floresta que deveria atravessar, pudesse
se deter na leitura das escrituras.
Noite alta e ele no coração da
floresta. De repente, o óleo da lamparina derramou e ela se apagou. Ele ficou
às escuras. Inesperadamente, o galo começou a passar mal e morreu. Não demorou
muito e foi o burrico.
O pobre homem ficou sozinho, na
escuridão da floresta, em meio a ruídos estranhos e assustadores.
Mesmo assim, afirmou sem medo:
Tudo o que Deus faz é para o bem.
Acomodou-se como pôde e dormiu.
No dia seguinte, o sol o veio
despertar, vencendo a fechada copa das árvores. Ele prosseguiu viagem a pé. Quando,
muitas horas depois, chegou à cidade, seus conhecidos o olharam com espanto.
Todos pareciam estar vendo um
fantasma. Por fim, lhe perguntaram:
Foi então que Mahum explicou tudo
que havia acontecido, concluindo: Se minha lamparina não tivesse apagado, o
galo e o burrico morrido, com certeza estaria morto. Pois o clarão da
lamparina, o zurrar do burrico e o cacarejar do galo denunciariam o local onde
me encontrava.
Bem posso continuar a dizer:
"Tudo o que Deus faz é para o bem."
* * *
Quando a tormenta se faz mais
violenta e as dores se tornam mais acerbas, é o momento de se ponderar porque
elas nos atingem.
O bom senso nos dirá sempre que
razões poderosas existem, assentadas no ontem remoto ou no passado recente,
porque a Divina Providência tudo estabelece no momento próprio e na medida
exata.
Deus é sempre a sabedoria suprema
e a justiça perfeita, atendendo as mínimas necessidades dos Seus filhos, no
objetivo maior do progresso e da redenção.
Redação do Momento Espírita com
base em texto do Correio Fraterno do ABC, de maio/1998.
1 comentários:
CLAP CLAP CLAP.. ARREPIOU, LI E RELI, QUE GRANDE REDAÇÃO AMIGA TELVA... nossa até gritei :) efectivamente minha querida um rico texto, quem por aqui passar que o leia mesmo. Beijos no coração!
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